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Multidão desafiou a chuva para provar sopas do Tortosendo

A chuva de sábado não impediu milhares de pessoas de irem às ruas do Tortosendo comer as famosas sopas de um festival que, segundo a Junta, foi “um sucesso”

Sopas quentes, pão com chouriço, bifanas, sobremesas, porco no espeto, bebidas, artesanato, doces e muito mais. Sábado de chuva, mas que deu tréguas a uma noite agradável, no passado dia 21, para que a edição deste ano das Sopas do Tortosendo se realizasse e trouxesse mais pessoas e animação às ruas da vila.

“Há sempre muita gente e é um bem muito grande para a nossa terra, porque a nossa vila está morta” lamenta Dulce Pombo, 66 anos. “Tirando a parte da manhã, que estão os comércios abertos até às 13 horas, aos sábados à tarde não se vê absolutamente ninguém”, conta a mesma, com tristeza.  Natural do Tortosendo, Dulce considera que estas iniciativas são importantes para trazerem novas pessoas à vila, principalmente porque, segundo a mesma, “não vem cá só gente da terra, mas de todo o lado”.

O marido de Dulce, Valdemar Pombo, tem estado presente em todas as edições das Sopas e “a chuva não mete medo a ninguém”.  “Se eu não comesse sopa aqui, comia em casa, mas prefiro comê-la aqui. Há muita gente e desde que haja convívio, está tudo bem”, conta animado Valdemar, que também salienta a importância que o evento tem no mercado local. “Vê-se muita gente nas ruas, é muito bom para nós e para o comércio principalmente”, vinca.

Junto do casal está Helena Oliveira, natural do Alentejo, mas que vive na Covilhã.  Conta que vai às Sopas do Tortosendo desde a primeira edição e nem a chuva a para. “Costumo vir aqui todos os anos, já desde o início. Porque gosto de conviver, gosto das pessoas e das sopas. Isto é para os comes e bebes e nem a chuva me impede de vir”, diz animada.

De canja de galinha na mão está Matilde Ribeiro, 16 anos. A jovem veio a convite de uma amiga e revela ter sido surpreendida pela positiva: “É a primeira vez que venho cá e estou a achar isto muito giro. Por acaso, pensava que houvesse sopas diferentes, uma diversidade maior. Afinal são aquelas sopas mais comuns, apesar de haver algumas sopas mais misteriosas”, afirma a rapariga com risos.  “As ruas estão cheias, as sopas estão a sair num instante, é mesmo rápido. Se não fossem boas, não saíam tão rápido e não atraiam tanta gente”, considera Matilde, que garante que vai voltar no próximo ano e vai trazer mais pessoas consigo.

“Nascido e batizado no Tortosendo”, como o próprio conta, Vasco Cruz, 73, admite que foi “a quase todas as edições” do evento e declara que o mau tempo nunca foi impedimento para a sua realização. “Nunca aconteceu cair uma ‘chuvada’ assim grande, mas lá em cima, no Parque de São Miguel, onde se fazia antes, aconteceu uma vez”, relembra.  “É bom ver as ruas cheias de gente. Dá espírito ao Tortosendo, dá negócio aos comerciantes e é bom para meter a vila num pedestal melhor do que aquele que tem”, afirma Vasco.

Ao percorrer a Avenida Viriato, encontra-se o stand “Petiscos da Néné”, de Madalena Vaz. Madalena tem 55 anos e só esteve presente na primeira e segunda edição do festival, enquanto visitante. Depois, deixou de marcar presença e este ano voltou, enquanto comerciante: “É a primeira vez que tenho aqui a barraca de petiscos. Optei agora por mudar a minha vida e começar a fazer estas comidas, porque é a minha vocação. Aquilo que eu gosto mesmo é de cozinhar. Surgiu esta oportunidade de ter o stand nas Sopas e eu vim”.  A vendedora considera que esta seria uma boa forma de mostrar os seus cozinhados ao público, e já pensa em repetir nas próximas edições.

“Uma aposta ganha”

“O festival começou em 2005 na Praça da Liberdade, aqui no centro da vila e a ideia foi trazer, até às ruas do Tortosendo, os sabores da nossa freguesia”, conta David Silva, presidente da Junta de Freguesia do Tortosendo.  “Hoje, passados estes anos todos, temos a Avenida Viriato, a Praça da Liberdade e as artérias centrais da nossa freguesia repletas de gente a provar mais de 40 qualidades de sopa”, explica o autarca.

“É com muita alegria que podemos dizer que a edição de 2023 é um verdadeiro sucesso. A melhor imagem que podemos levar daqui são estas mais de duas, três mil pessoas que, neste momento, já estão na nossa freguesia a provarem as nossas sopas”, assegura o presidente, pouco incomodado com os aguaceiros que ameaçaram o festival. “A chuva foram lágrimas de alegria de ver tanta gente na rua. É uma noite fantástica na nossa freguesia”, garante David Silva.

“É com satisfação que vemos o comércio local de portas abertas, que as pessoas têm oportunidade de conhecer e é uma aposta ganha vir aqui até ao centro do Tortosendo. É uma decisão que já tomámos: em 2024, as Sopas do Tortosendo vão voltar a estas ruas”, assegura o autarca, confirmando que a próxima edição se irá realizar no dia 5 de outubro de 2024.

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