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Na resiliência do semanário mais antigo da região

João de Jesus Nunes

Nos tempos que correm não é fácil manter um periódico a circular sem alguns períodos de inquietações. Se agora foi a pandemia que afetou também o jornalismo, já antes surgira a questão do digital com aquele receio latente em detrimento do jornal em papel. Não nos podemos desviar da futurologia e, por isso mesmo, todos os órgãos da comunicação social souberam aproveitar as oportunidades dos momentos. É numa conjuntura de trabalho híbrido que o jornalismo hoje assenta, verificando-se que já não são só os grandes títulos da imprensa que a tal aderiram como também aqueles que nos são de proximidade – os regionais.

Felizmente que há 47 anos vivemos o estado da liberdade de imprensa, sendo certo que, segundo o DN, “num contexto de degradação geral, Portugal surge nos 12 países que a organização considera terem ambiente favorável ao jornalismo”, encontrando-se o nosso país no 9.º lugar, com o trio da liderança na Noruega, Finlândia e Suécia.

Desde o primeiro jornal português; de há 370 anos, que ajudou D. João IV a consolidar o poder em 1640, e que dava pelo nome comprido de “Gazeta, em que se relatam as novas todas, que houve nesta Corte, e que vieram de várias partes do mês de Novembro de 1641”; que, até à atualidade, subsistem os mais antigos, tendo já alguns atingido o centenário. Todos eles foram parte importante na história do nosso país, sendo que muitos dos regionais, por este país fora, foram e são de primordial importância pela sua “teimosia” em vincar as necessidades das suas regiões.

Se não fosse esta proximidade da imprensa regional, os governos sentir-se-iam menos solicitados às tarefas regionais e, consequentemente, pelo não abanão a que não seriam votados. É sempre necessário insistir naquela de que “água mole em pedra dura tanto dá até que fura”. Muito se deveu às enormes quantidades de tinta que moldou os jornais para que melhoramentos acontecessem ou necessidades existentes se dissipassem nas regiões. Mas também por via do surgimento da era digital a partir de 1986, com a Internet em Portugal.

Muito poderia servir de enumeração de acontecimentos surgidos, ao longo da vida de um jornal, mas, cá por esta região, exemplifiquemos a ação da imprensa regional para que saísse da letargia a renovação e reabertura do troço da linha da Beira Baixa, entre a Covilhã e a Guarda e vice-versa, ocorrido no passado dia 2 de maio.

O que poderei agora dizer sobre a longevidade do “Notícias da Covilhã” (NC), nos seus 102 anos da existência com este título, e 108 da sua própria existência com a designação de “A Democracia”?

Tenho a honra e o prazer de escrever neste Semanário desde 1964. Conheci-lhe quatro Diretores, para além do atual. Com eles convivi. Efetivamente, o NC é o semanário mais antigo da região, e, conforme muito já escrevi sobre o mesmo, as suas páginas narram parte importante da história da Covilhã.

Longa vida para o NC porque a sua voz é imprescindível pelo seu prestígio jornalístico.

 

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