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Natal com prendas

Sérgio Gaspar Saraiva

Muito temos ouvido falar do Março passado e não por bons motivos. O certo é que o Natal vai estando à porta e o novo ano está em vias de vestir seu novo equipamento. O tempo corre e não para e não somos capazes de controlar a sua velocidade, mesmo com novos radares à espreita.

Com uma pandemia instalada e tão badalada, o Pai Natal também nos viu embaraçados porque muitas das lojas, por onde passávamos a toda a hora, se encontram encerradas e o habitual saco para prendas vai dando mostras de pouco recheio, quando não mesmo com ares de autêntico vazio. Em tempos recuados e não há muito, as prendas colocadas nos sapatinhos, junto às chaminés, eram de fabrico caseiro e muitas vezes elaboradas às escondidas das meninas e meninos. As bolas de farrapos para os meninos jogarem, o pião feito à mão com um baraço torcido, o pífaro de uma cana de milho; uma bonequita, também feita de farrapo, umas meiazitas debruadas à maneira ou umas saiazitas bordadas pela mãe, ou pela avó; uma pedra para a escola ou um caderno de duas linhas agradavam a qualquer aluno da primária. Enfim, coisinhas caseiras porque os tempos eram assim. Depois apareceram os gorros vermelhos à pai natal, os novos brinquedos coloridos, as mochilas escolares e muitos outros adereços até com lembranças para entregar aos papás e vovós. Presentes de Natal, quem não gostaria!

Os tempos que correm são outros. Agora os telemóveis são coisas indispensáveis bem como outros passatempos informáticos. Só que este ano o Pai Natal, depois de ouvir tantos lamentos sociais por todo o mundo com o Coronavírus pelos ares, resolveu trazer-nos uma prenda que todos não estaríamos à espera. Após tantos estudos e expetativas com imagens marcantes nos variados modos informáticos, o Pai Natal fez-se ao caminho com uma inesperada prenda que tanta falta nos estava a fazer – a vacina que todos esperávamos, de que tanto se falava e que nunca mais aparecia.

Obrigado Pai Natal pela prenda que este ano antecipadamente nos trouxeste e pela qual tanto esperávamos para acalmar ânimos e podermos olhar o amanhã com a esperança de voltarmos a encontrar-nos em convívios familiares e comunitários. As vacinas da Covid 19 foram a melhor prenda que o Pai Natal nos podia ter oferecido nesta quadra natalícia. Esperamos que, com a devida cautela, os beijos e abraços voltem ao normal dia a dia e que, em breve, seja também possível beijar o Menino.

Obrigado Pai Natal. Que os Reis Magos se empenhem também na divulgação comunitária dos cuidados a que temos que obedecer, se quisermos um novo ano com   um futuro risonho e salutar desprovido dos variados contágios infeciosos.

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