Nova praça central de Manteigas a concurso

Executivo lança concurso de uma empreitada avaliada em quase três milhões de euros

O executivo da Câmara de Manteigas aprovou na passada quarta-feira, 12, em reunião pública, por unanimidade, o lançamento do concurso público para a construção da nova praça central da vila, com o valor da empreitada a estar estimado em dois milhões 910 mil euros (mais IVA de 6%).

A obra tem um prazo de execução de 730 dias e poderá ainda iniciar-se em 2025, embora o autarca local, Flávio Massano, acredite que seja um futuro executivo vindo das autárquicas que deverão ocorrer em setembro ou outubro deste ano aquele que irá começar a empreitada.

A requalificação da praça central da vila e da rua 1º de Maio prevê, entre outras coisas, um estacionamento subterrâneo, com 30 lugares, a edificação de um imóvel tipo monumento romano, zona para um quiosque, esplanada, espelho de água, criação de ilhas para esplanadas e a redução do estacionamento na rua. Um projeto que visa revitalizar o Centro Histórico e ordenar toda a zona central da vila. “O centro da vila precisa desta intervenção, não está bonito, não está organizado. Esta é uma solução que prevê isso, que obviamente não terá só virtudes, também terá defeitos, que como em todas as obras só conseguiremos ver depois” reconhece o presidente da autarquia. Flávio Massano adiantou que o concurso prevê ainda para este ano uma verba de 385 mil euros e acredita que até final de 2025 a obra comece, embora já não com o executivo que lidera. “Haverá pouco volume e até finalizar o mandato é pouco expectável que aconteça alguma coisa” admite o autarca.

Pelo PS, o vereador David Leitão admitiu que só podia votar favoravelmente depois de todo o processo já realizado até agora. “Só estamos a capitalizar o que já decidimos anteriormente” disse.

O agora vereador independente Nuno Soares, eleito pelo PSD, também lembrou todas as vicissitudes de uma obra que considera ser uma “boa solução”. O autarca recordou que a autarquia teve que comprar um terreno que era dos CTT, que não o queria vender porque, à época, o tinha “reservado” para uma futura estação de correios, e que foi necessário demolir casas, algumas habitadas, pelo que foi necessário realojar moradores. Além disso, Soares vincou que este não é o projeto inicial que chegou ao executivo, que com os seus contributos ajudou a alterá-lo para melhor. “Lembro que a questão do estacionamento subterrâneo, que na altura lembrei, não existia. Era um projeto mais leve, que agora não é bem igual, mas que cumpre as expectativas de todos. É um desígnio de todos os que aqui estão e que resolve um problema com mais de 20 anos. Vamos terminar o mandato sem uma pedra lá colocada, mas há o mérito de lançar o concurso, embora eu não acredite que em dois anos, até 2028, a obra esteja feita” disse. Nuno Soares pediu mesmo aos serviços que façam com que o concurso não “caia em agosto”, ou seja, numa altura em que muitas empresas estão de férias e em que possa haver menos interessados. “Estes processos são incrivelmente longos” lamentou o vereador da oposição.

Flávio Massano revelou ainda que, tendo em conta que se terá que se mexer no terreno, a autarquia, em colaboração com a APAL (Águas Públicas em Altitude) aproveitará para avançar com a substituição de condutas de água.

Este projeto resulta de um concurso de ideias que a Câmara lançou há dois anos que foi ganho pela empresa ATA Atelier, do Porto, entre um total de 21 propostas recebidas, embora apenas 19 fossem validadas. A empresa, que desenvolveu o projeto de arquitetura premiado com 7500 euros, elaborou também um projeto de execução, de cerca de 85 mil euros, que a Câmara aprovou em novembro de 2023, embora introduzindo algumas alterações ao que estava desenhado inicialmente.

Segundo Flávio Massano o que se pretende é “construir um local de comunidade.” Confrontado por Nuno Soares pela ideia de considerar esta obra a sua menina dos olhos, Massano reconheceu ser “não só a minha, mas a de nós todos”, revelando imensa satisfação por deixá-la no terreno. “Independentemente de quem vença as eleições (autárquicas), é um sentimento de dever cumprido” assegura. O autarca já tinha dito que a nova praça central é “importante para Manteigas, pois pode mudar a face, mudar a vila, colocar-se na estratégia de captação de pessoas. Todos os municípios aqui há volta já fizeram isso e já trataram os centros históricos.”

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