Novo ano arranca no Colégio das Freiras com preocupações de futuro

Pais enaltecem solução encontrada, mas recordam que é só de um ano. E esperam que obras arranquem no Bolinha de Neve. Deputada garante que Governo vai dar passos nesse sentido

Para este ano, o assunto está resolvido. Mas para que no próximo a Covilhã não volte a sentir o problema da falta de vagas no ensino pré-escolar, é necessário que se comece a trabalhar o quanto antes na reabertura do Bolinha de Neve. Foi esta, em suma, a mensagem deixada na passada sexta-feira, 3, pela Comissão de Pais no arranque do ano letivo no Colégio de Freiras, que após a ameaça de fecho se manteve mais um ano em funcionamento, sob a tutela do Centro Social Jesus Maria José, no Dominguiso, após a saída das irmãs da Fundação Imaculada Conceição.

Carlos Gaspar, representante dos pais das 130 crianças, entre os seis meses e nove anos, que frequentam a instituição, elogiou o trabalho conjunto conseguido entre pais,
junta de freguesia, autarquia, Instituto da Segurança Social, Direção-Geral da Educação e Centro Social, que tornaram possível o presente ano de transição para uma nova casa que, se espera, arranque o mais rapidamente possível. “Estamos a meio caminho de uma solução. Ainda existe uma certa insegurança. Tornou-se possível a permanência neste edifício, também tivemos a sorte de nos cruzarmos com as irmãs do Centro Social, mas esperamos que este projeto, no futuro, seja possível”, disse. O “passo seguinte” é a reativação do Bolinha de Neve. “Estamos à espera que a situação se efetive. De vermos a porta abrir-se para as obras” disse.

Leonor Cipriano, deputada do PSD pelo distrito na Assembleia da República, na Comissão do Trabalho, Segurança Social e Inclusão, elogiou o “trabalho excecional” dos pais para que o Colégio não fechasse, mas deixou uma mensagem de “confiança e compromisso” após uma conversa informal que teve com a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Ramalho. “Percebo a preocupação, mas a senhora ministra está empenhada em resolver o assunto. Garantiu que o ministério irá assumir as obras e também a passagem do edifício do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social (IGFSS) para o Instituto da Segurança Social (ISS). Para agilizar as coisas, entregando depois às irmãs” assegurou.

A vereadora com o pelouro da ação social na Câmara, Regina Gouveia, elogiando o trabalho de todos numa “causa de amor”, lembrou que o município esteve sempre envolvido na procura de uma solução, que em termos imediatos seria a manutenção do projeto educativo no atual edifício. “Falámos com os proprietários, uma parte muito importante no processo, e só manter o arrendamento foi um grande desafio. Apoiámos na manutenção do material que aqui está, com compromisso de desmontar e tirar tudo no fim, para devolver à Fundação, que também ajudou com isso. Pagámos seguros, renda, mas agora há uma segunda fase que me deixa muito preocupada. Temos arrendamento apenas por um ano, não renovável, e não queremos que este processo fique de novo em causa”, disse. Por isso apelou a Leonor Cipriano para que sensibilize o Governo a colocar “todo o empenho” na reabertura do Bolinha de Neve, para “não voltarmos a ter a dimensão do problema que tivemos”. A autarca recordou ao NC que a autarquia já investiu alguns milhares de euros em projetos de requalificação do edifício, que estão já concluídos e com garantia de comparticipação.

A irmã Fernanda Silva, diretora da instituição, lembra que missão do Centro Social Jesus Maria José é “servir a comunidade”, pelo que abraçou o desafio, elogiou o “enorme legado” deixado pela Fundação Imaculada Conceição, e apelou a todos numa solução definitiva. “Só existirá se todos dermos as mãos”, afirma, lembrando que atualmente o Centro não tem um edifício que possa acolher este projeto. “Aguardamos que seja em breve que tenhamos as obras na Bolinha de Neve, que um ano passa rápido”, recordou.

Relembre-se que em janeiro foi anunciado o fecho do Colégio das Freiras, o que levou para a rua os pais das cerca de 180 crianças que frequentavam o mesmo, sem solução onde deixarem os filhos caso tal ocorresse. Entretanto, a Câmara chegou a acordo com os proprietários do imóvel por mais um ano, e com a saída das irmãs da Fundação Imaculada Conceição, passaram a ser as irmãs do Dominguiso, como são conhecidas, a liderar o projeto. Contudo, a autarquia ainda aguarda que o IGFSS passe o edifício do Bolinha de Neve para o Instituto da Segurança Social, de modo a que depois seja cedido à instituição que faça a gestão do infantário, neste caso, o Centro Social Jesus Maria José.  De modo a que, no início do próximo ano letivo, com o mais que certo fecho do Colégio das Freiras, já exista uma alternativa.

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