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Nunca Belmonte esteve tão mal de médicos

Há cerca de 2600 pessoas sem médico de família no concelho, ou seja, cerca de 40 por cento da população. Um número que preocupa a autarquia, que promete pressionar as entidades oficiais. Paulo Borralhinho diz que todo o SNS tem que ser repensado

Num concelho com cerca de seis mil pessoas, há neste momento perto de 2600 sem médico de família, ou seja, 40 por cento da população. “Nunca houve um número destes” reconhece o vice-presidente da Câmara, Paulo Borralhinho, que diz já ter agendadas reuniões com o diretor do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Cova da Beira, António Santos Silva, para ver “o que se pode fazer”, embora ciente de que será preciso, pelo menos, esperar até novembro para que um novo concurso possa trazer médicos a Belmonte e Caria.

O tema marcou, na passada quinta-feira, 21, a reunião pública do executivo belmontense, com Paulo Borralhinho a reconhecer que a situação, neste momento, é “preocupante”. Em Belmonte, saiu uma médica, em Caria, outro (que pediu mobilidade para a Covilhã), o que faz com que o concelho tenha três médicos a trabalhar, faltando pelo menos dois. E em Caria, teve que se implementar uma solução provisória, que passa pela disponibilização de três médicos, da Covilhã, que dão consultas duas vezes por semana, de manhã, às terças (dois médicos) e à quinta-feira (um médico). O que o executivo belmontense considera insuficiente.

“A prioridade são as grávidas e diabéticos. Apelei para que a consulta pudesse, pelo menos, abranger pessoas de idade com dificuldades de mobilidade, pois sabemos que nem sempre é fácil vir à urgência a Belmonte, onde também há dificuldades. E não é certo que possam ter uma consulta. O que me disse a coordenadora do centro de saúde é que é um problema que vem de cima, que tem a ver com a abertura dos concursos. No último, houve apenas uma vaga quando já se sabia que havia médicos que não queriam ficar e já tinham pedido a mobilidade. É um problema que já vem de traz. Vai abrir um concurso em novembro e é aguardar que haja médicos que queiram vir” afirma Paulo Borralhinho.

O autarca diz que Santos Silva lhe terá adiantado que “havia uma médica que tinha pedido mobilidade para cá e que a colocaria em Caria, para suprir esta saída”. E garante que “vamos continuar a pressionar junto de quem de direito e criar condições para que médicos venham para aqui”, lembrando que hoje a concorrência do setor privado também pode pesar na escolha dos profissionais de saúde. “Temos que pensar mais longe, saber o que queremos do nosso Serviço Nacional de Saúde (SNS). A continuar desta forma não sei o que que será” lamenta.

Apesar da solução provisória encontrada para a extensão de saúde de Caria, o vereador do PSD, José Mariano, apela a que se faça mais. “Virem ao concelho médicos só para atender grávidas e diabéticos? Isso não é nada. O que nos estão a dar, para mim, é zero”.

Já Carlos Afonso, vereador da CDU, garante que a falta de médico de família “já se está a refletir na vida das pessoas” e que a coordenadora do centro de saúde “não se pode escudar na lei” para justificar o atendimento apenas a crianças, grávidas e diabéticos. “Tem que haver mais flexibilidade” aponta.

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