Procurar
Close this search box.

“O essencial é conseguirmos manter os nossos jovens no distrito”

João Ribeiro, de 36 anos, é natural e residente em Castelo Branco. Licenciado em Gestão, o empresário albicastrense lidera a lista do Chega pelo distrito

O que é que, em concreto, o voto no Chega pode melhorar a vida dos cidadãos do distrito?

Nós temos cinco medidas fundamentais. A primeira é a questão da saúde, dos cuidados primários. As pessoas terem maior facilidade de acesso aos centros de saúde. A saúde tem de ir ter com as pessoas. A seguir, os cuidados oncológicos, muitas pessoas têm de se deslocar até Coimbra e devemos ter no nosso distrito melhores condições. Os cuidados paliativos também são de difícil acesso.

 

A dificuldade em fixar médicos tem sido um problema em muitos concelhos. Como sugere que essa situação seja ultrapassada? 

Neste momento temos um Serviço Nacional de Saúde (SNS), depois temos os privados. A ideia do Chega é criar um Sistema Nacional de Saúde. Nós não queremos saber se o serviço é prestado pelo público, pelo privado ou pelo social, queremos que a pessoa seja atendida. O PS quer salvar o SNS, nós queremos salvar o utente.

 

Quais são as outras medidas que disse serem fundamentais?

A mobilidade. Defendemos retirar as portagens das SCUT (vias sem custos para o utilizador) de forma imediata. Isso é uma prioridade. Depois, faltam-nos infraestruturas. O IC8 tem de ser reformulado, eventualmente em formato de autoestrada. É uma estrada da morte e essencial nas exportações. O IC6 facilitaria muito a viagem para Coimbra. A Estrada Nacional 238 está muitas vezes fechada. É também essencial a construção do IC31 até às Termas de Monfortinho. Outra questão é haver em toda a zona Interior do país um passe social em que as pessoas não paguem mais do que se paga em Lisboa. Também é preciso haver uma solução integrada de transportes entre municípios.

O quais são as outras prioridades?

Outra situação muito importante é a fixação de pessoas no Interior. Depois da pandemia muita gente recorreu ao trabalho remoto, os nómadas digitais, mas há zonas do distrito sem cobertura de rede móvel e sem fibra. Dar condições é ter uma boa rede de cobertura, ter linhas de transportes públicos, um bom serviço de saúde, bons serviços de educação para as pessoas sentirem confortáveis e virem morar para o Interior. E depois também nós conseguirmos, de certa forma, vender o Interior aos jovens. Um jovem que acaba de se licenciar, se for emigrar, vai ganhar mais dinheiro, mas temos de o convencer a ficar em Portugal. Nós temos de incutir nas crianças que isto é nosso é nosso país e nós temos de o defender. Os atuais governantes estão a permitir uma imigração descontrolada, mas o essencial é conseguirmos manter os nossos jovens no distrito.

 

Portugal é um país de emigração, que tem visto os imigrantes equilibrem o saldo migratório e serem responsáveis por um balanço positivo de 1604 mil milhões na Segurança Social, mas o Chega defende que só após cinco anos de contribuições possam ter acesso a apoios sociais. Qual a lógica que preside a esta proposta?

Não somos contra a imigração, mas contra a imigração descontrolada e desregulada. Uma pessoa, para ter direito a baixa, tem de trabalhar seis meses. O que o Chega está a defender já acontece para cidadãos portugueses. O que dizemos não é que, se tiver um problema de saúde, não pode ir ao hospital. Não pode é ficar a receber o subsídio de desemprego, de intervenção social, o subsídio de casa, o subsídio do que for, se nunca descontou em Portugal. O Chega propôs cinco anos. Em Itália o tempo neste momento são 12 meses, e com isso combateram a subsidiodependência. Os portugueses que vão para os outros países não vão para receber subsídios, vão para trabalhar.  Há esta ideia de comparar os nossos emigrantes com os imigrantes.

Há portugueses que recebem apoios sociais nos países para onde emigraram.

De certeza que recebem, mas a maioria dos portugueses que emigraram foram para trabalhar. Há de haver uma grande parte que vem por bem, mas há de haver outra parte que não vem, mas não sabemos. Também temos de fazer uma distinção entre aqueles que vêm com uma matriz cultural igual à nossa, a judaico-cristã, de quem vem do Bagladesh ou da Índia, que tem uma cultura completamente diferente da nossa.

Tratar contribuintes de forma diferente, com direitos diferentes, não será injusto?

Se estamos a dar emprego a um imigrante que vem para Portugal, se calhar temos de garantir que ele tem, pelo menos, cinco anos de contrato. É dar condições a quem vem, é dar-lhes uma perspetiva de futuro.

O presidente do partido disse [na apresentação do programa] que “haverá uma compressão de direitos”. Em que é que isso se vai traduzir?

Não me recordo de ele ter feito tal declaração, mas, de qualquer forma, aquilo que defendemos é que falamos muitas vezes em direitos e quase nunca ouvimos falar em deveres. O que deve acontecer é as pessoas serem autoresponsáveis pelos seus atos, serem responsáveis por arranjarem uma casa. As pessoas só podem exigir direitos quando cumprem os seus deveres para com a sociedade.

O que considera um bom resultado?

O nosso objetivo é elegermos um deputado, e as sondagens indicam que isso será possível. Acreditamos que desta vez vamos conseguir. Claro que o ideal seria ganharmos no distrito.

VER MAIS

EDIÇÕES IMPRESSAS

PONTOS
DE DISTRIBUIÇÃO

Copyright © 2024 Notícias da Covilhã