O mundo em 80 anos

Pedro Castaño

“Pode alguém ser quem não é?” Pode alguém ser maior do que o que é? Quando a mente não nos sossega e nos empurra para a constante curiosidade de conhecer o mundo… quando a mente não nos sossega e nos empurra para a necessidade de espalhar a nossa visão da vida, lá está! – “espalhem a notícia”

Cabe muito mundo em 80 anos!

Sérgio Godinho, SG sem filtro. Um português que parece suave tal a candura com que descreve as turbulências da vida: a liberdade, o trabalho (até uma música dedicada ao trator fez!), a justiça. E o amor, claro, a parte mais bela da vida!

Cabe muito mundo em 80 anos!

É, será sempre, um dos mais influentes cantautores, com um início de carreira marcado pela música que o regime do Estado Novo empurrou para a intervenção – O seu primeiro álbum, Os Sobreviventes (1971), foi censurado – tempos em que não se podia falar da vida. Viveu o maio de 68 e o 25 de Abril, tanto mundo nessas vivências – mais do que em muitas vidas. Com urgência de intervir, de participar, de divulgar.

Cabe muito mundo em 80 anos!

Tanto mundo que o período revolucionário tembém é o período para  criações que ainda hoje nos emocionam.  Andamos sempre “Com um brilhozinho nos olhos”, por amarmos a vida. E não melhor sintese da esencia da vida e do amor por ela quandos percebemos que todos os dias são “O primeiro dia do resto das nossas vidas”.

Cabe muito mundo em 80 anos!

Sérgio, um “homem dos sete instrumentos”, que o mundo não cabe num só:

Escritor de romances e contos, como Coração Mais Que Perfeito   e Vidadupla;

Ator e realizador, com participações em filmes como Kilas, o Mau da Fita;

Autor de programas de televisão, como Luz na Sombra;

Cantautor, é incontornável o seu legado enquanto escritor de canções.  De algumas das mais belas canções escritas em português.

A sua obra tem sido reinterpretada por várias gerações de músicos. Em 2023, mais de 40 artistas portugueses participaram numa homenagem promovida pela Rádio Comercial, interpretando “O Primeiro Dia”. Como buscador de mundos teve ao seu lado velhos amigos e novos talentos. Pedro Abrunhosa, Capicua, Carolina Deslandes, Rui Veloso, Camané, Jorge Palma….

Cabe muito mundo em 80 anos

Um homem do mundo vê os outros como irmão de toda a humanidade. O Irmão do Meio. Mais mundos a juntar a um grande mundo – Caetano Veloso, Teresa Salgueiro, Tito Paris,   Da Weasel e Xutos & Pontapés

Cabe muito mundo em 80 anos

Tanto que há estudos académicos, onde se destaca a sofisticação rítmica, melódica e harmónica da sua música. bem como a riqueza poética das suas letras. Tanto que a Universidade de Aveiro o reconheceu como uma das figuras mais influentes da música portuguesa dos últimos 50 anos. Aos 80 Sérgio Godinho continua ativo, com concertos, novos livros e projetos em curso. A sua longevidade artística e coerência ética fazem dele um símbolo de integridade cultural e liberdade criativa em Portugal.

Cabe tanto mundo em 80 anos.

Nós tivemos a sorte de o ver criar, as gerações vindoras terão a sorte de se deliciar com o seu legado.

Obrigado Sérgio.

 

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