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O Natal daqueles que não celebram

Há cada vez mais pessoas de diferentes culturas e religiões que, na Covilhã, se deparam com as comemorações natalícias locais. Mas, sejam indianos ou paquistaneses, muitos se juntam às celebrações cristãs, dada as boas relações com a comunidade local

“Apesar de sermos de religiões diferentes, participamos nas festas uns dos outros. Os cristãos celebram [o Natal] e nós somos convidados e dividimos as comidas”. Quem o conta é Senthil Kumarapandian, 48 anos.

Está em Portugal há mais de dez anos, vindo de Tamil Nadu, no sul da Índia e, apesar de ser hindu e a sua religião não ter relação direta com o Natal, Senthil explica que a boa relação entre os hindus e os cristãos, faz com que goste de festejar a data. “Temos muitas festividades na Índia, porque cada zona tem festas específicas e todas elas são as minhas preferidas, porque todas têm boas comidas e eu adoro”, diz entre risos.

Ao lado de Senthil está Suk, de 25 anos. Vindo da zona norte do mesmo país, Suk é cristão e celebra o Natal com base na fé. “Fazemos muita comida, juntamos a família numa ceia e depois vamos à igreja”, acrescenta. “Não temos um prato específico para celebrar esta época, mas as comidas são muito boas. Cortamos um bolo para dividir entre todos”, esclarece.

Senthil Kumarapandian explica que, na sua comunidade, existe uma formulação diferente dos meses. “Dezembro, na minha terra, chama-se ‘Mārkaḻi’ e nesta altura, a maioria das pessoas da minha zona prefere não comer carne animal, porque cerca de um mês antes, as chuvas são intensas e a erva cresce muito. Os animais vão comer essa erva e acreditamos que isso não é bom para o corpo humano”, explica. Senthil lembra ainda que, na presente época, “muitas pessoas vão ao templo rezar e só comem uma vez por dia, à noite”.

Muhammed Yaseen e Naseem Akhtar, ambos de 39 anos, são um casal vindo do Paquistão para a Covilhã. Ambos afirmam que celebram o ‘Eid’, que é a celebração muçulmana que marca o fim do jejum no Ramadão, e celebram também o Natal cristão, dada a boa relação entre as crenças. “Temos um relacionamento muito bom com os cristãos. Há uma muito boa relação entre as religiões e participamos nas festas uns dos outros”, explica Muhammed.

Naseem lembra que a comida típica paquistanesa é a chamada ‘comida halal’, que são alimentos que seguem determinadas regras de fabricação e são autorizados no Alcorão e destaca um prato típico desta época: frango biryani.

O casal mostra vontade de se integrar nas festividades locais: “Nós somos novos neste país, seja qual for o festival aqui, será a nossa festa também. Ficamos muito felizes pela forma como fazem o Natal e comemorar aqui traz-nos muita felicidade. Por isso queremos celebrar esta época e entendemos muito bem esta festa”, elogiam.

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