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O papel

É um privilégio coordenar uma equipa com provas bem dadas na imprensa regional, e que semanalmente trata a informação com isenção, rigor, e sobretudo com independência

Por estes dias recebi, emanado de um leitor e antigo assinante do Notícias da Covilhã, um e-mail um tudo nada agressivo e do mesmo modo divertido, em que o dito senhor questionava a minha legitimidade para dirigir este orgulhoso semanário da Beira Baixa, outrora  “prestigiado jornal”, aconselhando-me por um lado a estar”caladinho”, referindo-se aos textos habitualmente publicados   na página dois, e por outro desafiando-me a dizer “ao que venho”, sugerindo estar eu “a mando não sabemos e pago não sei por quem”. O dito cavalheiro, depreendo que a avaliar pelo nome com que a missiva vinha assinada, tratar-se de um exemplar do género masculino, não gosta dos meus editoriais, são muito “canhoteiros”, escreveu o estimado senhor. Terei percebido pela sua mensagem, “canhoteiro quanto baste”, como alguém da canhota, da esquerda. Anuo. Mas não totalmente. Na parte superior do corpo não posso concordar, pois sou destro, escrevo e como a sopa com a mão direita. Já na metade debaixo, sou de facto canhoto, chuto melhor com o pé esquerdo, embora, e modéstia à parte, o direito não seja totalmente cego.

Ora, aproveito para aceitar o que me propõe, esclarecendo os leitores, porque como escreve o “Povo da Covilhã não gosta de ser enganado”, quanto à minha colocação na direcção do Notícias da Covilhã. Nada mais simples. Fui escolhido. Isso. Pela entidade que chamou a si a aquisição do tal jornal, que entretanto e para “mal dos pecados” dos covilhanenses tinha perdido algum do seu prestígio.       E não só. Não se afigurava como um projecto de substancial interesse para despertar os empresários locais. Da cidade. Como jornalista com suficientes anos de experiência, é um privilégio coordenar uma  equipa com provas bem dadas na imprensa regional, e que semanalmente trata a informação com isenção, rigor, e sobretudo  com independência. Nem mais. E essas são as motivações de quem informa. O desempenho do dever de informar. Os rótulos políticos ficam para quem nos lê. Decidi-me aludir a esta matéria em  duas penadas. Numa “linha” responder ao sortudo leitor do Notícias da Covilhã, e na linha seguinte esclarecer o nosso posicionamento. Ninguém, nenhuma região por mais interiorizada que se sinta,   merece não ter os seus jornais. Como aconteceu por estes dias com   os feirenses, que se viram privados do centenário Correio da Feira. Fechado por falta de meios de subsistência. Sinais de tempos miseráveis. A importância de ler imprensa em lugares de população envelhecida é tão decisiva, que na passada semana, e depois de vários anos sem jornais à venda em banca, a população de Freixo de Espada à Cinta no distrito de Bragança, voltou, por iniciativa da autarquia, a usufruir do prazer da leitura diária. Em papel. É também este o nosso papel, caros leitores.

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