Numa destas mais frias manhãs, dei por mim a tentar algum aquecimento de ideias, e pus-me a saltitar de frequência em frequência de rádio, quando de repente, numa que nem sequer é das minhas companhias radiofónicas de eleição, sou “atirado para trás”, quando ouço o doutor Lopes – Pedro Santana Lopes – conhecido autarca da Figueira da Foz, a mostrar numa entrevista, toda a sua indignação contra a ideia de se transformar a eleição para Presidente da República numa escolha de um sabonete numa prateleira de supermercado. – “Nós não vamos eleger um sabonete “, dizia, imagino com aquela linguagem gestual muito própria, tipo “Chico da Conceição” da política, a propósito de alguns sectores da sociedade portuguesa colocarem a possibilidade de lançamento de candidaturas como a do Almirante Gouveia e Melo, “rei das vacinas”, isto sou eu a exceder-me, ou a de Marques Mendes, um dos mais seguidos comentadores políticos. O doutor Lopes equaciona a hipótese de poder ser o “dono do palácio”. Ou por outra, e mais fiel à verdade, sente-se com conhecimento e perfil para ser Presidente da República de Portugal. Só que ainda não decidiu se há espaço para a sua ideia crescer. Ou seja, a raiz existe, veremos se a planta dá flor. Penso que é disto que se trata.
Mas o doutor Lopes não se fica por aqui, e “alimenta” outras sugestões. Como ele, assim muito chegados politicamente. Passos Coelho, Leonor Beleza ou Durão Barroso. Por favor doutor Lopes, precisamente por não se tratar da escolha de um sabonete, quase que se torna obrigatório ter em conta que não devemos avançar para tão “esfregadas” figuras da política. Isto para não escrever “gastas”. E cá para nós que bem o sentimos, algumas “esfregaram-nos” mesmo bem. Tipo pedra-pomes. De tal ordem, que em alguns casos quase ficamos sem pele. Portanto, por aqui estamos conversados. Quanto à brilhante ideia de voltarmos aos militares, estou consigo e já aqui o escrevi. Este ardor pelas fardas cheira a mofo. É de outros tempos e deve continuar fechado no armário. E o mesmo deve acontecer com o senhor comentador. No início tudo parece um sonho lindo, e depois veja-se no que dá. Tudo o que é demais… quanto a si doutor Lopes, olhe que também hoje as pessoas o podem ver nesse papel. O de comentador. Pessoalmente gostava de ver em Belém uma figura mais jovem, com carisma e charme, tão elegante na gala como de jeans e t-shirt, independente, culta, que toque piano e fale francês… inglês e brasileiro que são hoje as línguas mais faladas em Portugal e no Mundo.
Eu sei, não há por aí muitas figuras assim, que nós possamos apresentar como a mais alta e digna representante de Portugal. Bom, temos tempo, ainda faltam as autárquicas que farão correr muita tinta.