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O senhor meteorologia

Alfredo Calado, covilhanense de 40 anos, é o responsável pela página Meteoestrela, consultada mais de oito milhões de vezes desde 2007 e com picos de 300 mil acessos por dia, quando há previsão de neve

Há dias em que recebe centenas de mensagens, a que não consegue dar resposta, de gente que quer saber qual o melhor dia para subir à Serra da Estrela, quando vai nevar, se há acumulação, se as estradas estão transitáveis. Outros enviam-lhe currículos, a pensar que a página Meteoestrela.pt é uma entidade com uma maior estrutura de suporte. “Há quem pense que é uma empresa, mas o Meteoestrela sou só eu”, realça Alfredo Calado, o criador do projecto que considera “um serviço público”, mas do qual não retira retorno financeiro e mais não é do que a evolução de um passatempo de criança.

Passados 14 anos da criação do Meteocovilhã, que viria a mudar de nome para Meteoestrela, a página na Internet, com extensões nas redes sociais, ultrapassou os oito milhões de acessos e há dias, quando há perspectivas de neve, em que se ligam à página 200 a 300 mil pessoas, conta o observador meteorológico credenciado pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O técnico comercial, de 40 anos, natural da Covilhã, recorda-se de em pequeno prestar especial atenção aos boletins meteorológicos apresentados nas televisões portuguesas e espanholas. Um nevão significava dias de brincadeira e as escolas fechadas. Já adolescente, passou a ter na varanda de casa, na zona alta da cidade, um termómetro a mercúrio, para perceber em que condições podia nevar e satisfazer a sua curiosidade e a dos colegas que queriam antecipar a probabilidade de não terem aulas.

Meteorologista amador

Alfredo Calado sabia ser necessário ter temperaturas perto do zero e precipitação para que “o ouro branco” da serra pintasse a encosta, mas, numa altura em que a Internet ainda não estava disseminada, começou a comprar livros de meteorologia e de climatologia para aprofundar os conhecimentos, anos depois densificados na licenciatura em Protecção Civil.

Foi em 2004 que Alfredo Calado montou a primeira estação meteorológica, na varanda de casa dos pais, a uma cota de 756 metros, dotada de um sensor exterior, uma consola, com leitura apenas de temperatura e humidade e sem ligação ´online`, por isso não permitia partilhar dados. Nessa altura o acesso à informação disponível sobre a área era ainda muito restrito, sem as ferramentas hoje à disposição, como as imagens de satélite, mas a Internet permitiu que uma comunidade com o mesmo interesse trocasse ideias em fóruns, fizesse tertúlias, encontros nacionais e aprendessem uns com os outros.

(Reportagem completa na edição papel)

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