Duas notas que atestam bem a importância de Alqueva. O maior lago artificial da Europa veio de novo às telas da comunicação, pelos melhores motivos. Para nós portugueses que temos ali na região, a maior reserva de água do país, capaz da total mudança de paradigma face à forma como olhamos para o Alentejo e para a sua agricultura, mudando tudo em seu redor, de como se trabalha a terra, e o que dela podemos hoje tirar. Pelas piores razões para os vizinhos da Andaluzia que por estes dias manifestaram o seu direito ao líquido precioso, tal a agonia e desespero dos agricultores da região de Huelva.
Recorrendo ao expediente da “partilha temporária dos direitos de água” por via do Convénio de Albufeira assinado há 25 anos por Portugal e Espanha, e que prevê o uso regular da água de vários rios, como o Guadiana, onde está situada a Barragem de Alqueva. Deduzimos que haja entendimento, de forma a fazer justiça a tão importante obra que tanto mudou a paisagem e permite a irrigação de cerca de 120 mil hectares de terrenos em cinco distritos, permitindo inclusivamente a autosustentabilidade do país na produção de azeite, e o fomento do interesse de investidores estrangeiros para o olival e o amendoal.