O vereador do PS na Câmara de Manteigas, Tomé Branco, pediu ao presidente da autarquia, Flávio Massano, na última reunião do executivo, que as obras de requalificação da estrada 338, de ligação aos Piornos, e de toda a encosta, que estão previstas, não ocorram durante o mês “de maior visitação ao concelho”, agosto, de modo a não prejudicar a economia local.

“Devemos assumir que durante as obras, a estrada vai estar encerrada durante grandes períodos de tempo. Devemos fazer o possível para que não esteja fechada em agosto, mês de maior visitação ao concelho. Devemos escolher um período que não seja tão prejudicial” disse o vereador socialista, que apelou ao executivo para que durante as obras se criem atividades alternativas que possam trazer turistas a Manteigas, “para não prejudicar ainda mais a economia local”. Tomé Branco disse ainda que durante a última assembleia municipal, em que os deputados aprovaram a primeira revisão ao Orçamento e Grandes Opções do Plano para 2024 da Câmara, que contém uma alteração que inclui verbas para a obra de requalificação da estrada nacional 338, Flávio Massano traçou um cenário” demasiado romântico” do que serão as obras nesta via.

Recusando a acusação, Flávio Massano disse que a “história” da estrada 338 é mais “de terror do que romance” e que ainda é cedo para saber, ao certo, como decorrerão as obras. “Ainda nem lançámos a empreitada” lembrou, garantindo que a autarquia “não vai ficar de braços cruzados” no que toca às alternativas a criar para trazer turistas ao concelho. “Obviamente que se nos disserem que a estrada tem de fechar, é sempre muito mau. Talvez possa fechar durante a semana e abrir ao fim-de-semana. Vamos ter que reunir com as Infraestruturas de Portugal (IP) e colocar essa questão” disse o presidente da Câmara de Manteigas.

Recorde-se que a obra de requalificação da estrada que liga Manteigas aos Piornos tem um custo total estimado em 4,5 milhões de euros, sendo que 3,9 terão um apoio de 90 por cento do Programa de Revitalização do Parque Natural da Serra da Estrela (PRPNSE), e a restante verba será, segundo o presidente da autarquia, Flávio Massano, assumida pela IP, a “dona” da estrada. O autarca, na última assembleia municipal, alertou que a intervenção tem, sobretudo, foco nas encostas, para evitar a queda de pedras de grande dimensão, que durante nove meses impediu o trânsito naquela via, que hoje se processa de forma alternada, com recurso a semáforos. “Vamos trabalhar é nas encostas. A estrada está transitável. O que não permitia o trânsito era o desprendimento de pedras. Foi isso que o estudo do LNEC fez, identificar os troços para intervencionar. A intervenção não é na estrada. Claro que todos gostaríamos de ter uma estrada para o futuro, mas não vai haver alargamentos ou melhorias. É colocar barreiras de contenção, redes dinâmicas. Não é colocar novo alcatrão” esclareceu o autarca.

O autarca também recordou que a empreitada tem cerca de nove meses para ser executada, de modo a não se perderem apoios.  “É um prazo quase record. O tempo vai ser sempre pouco” afirmou.