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Oito mil sem médico de família na Covilhã

Unidade de Saúde Familiar Estrela retoma funcionamento dia 1 de março

Há mais de oito mil utentes no concelho da Covilhã sem médico de família, uma situação sobre a qual as bancadas da oposição na Assembleia Municipal se manifestaram preocupadas na sessão de segunda-feira, 19, onde foi prestada a informação que a Unidade de Saúde Familiar (USF) da Estrela retoma o funcionamento em 1 de março, segundo João Casteleiro, presidente do órgão e da administração da Unidade Local de Saúde (ULS) da Cova da Beira.

O PCP, tal como o CDS, questionaram o município sobre o funcionamento do Conselho Municipal de Saúde (CMS), que sublinharam já devia ter sido criado “dois anos depois” de o município ter aceitado a delegação de competências na área. “Não tenho conhecimento da existência dessa comissão”, censurou Vítor Reis Silva, da bancada comunista, a mesma crítica apontada pelo centrista João Bernardo, segundo o qual “do CMS não se sabe nada”.

A social-democrata Valéria Garcia lamentou a falta de médicos no concelho, que leva utentes a terem por vezes de recorrer ao serviço de urgência por estarem períodos prolongados sem apoio médico e questionou a maioria sobre as medidas pensadas para ultrapassar a falta destes profissionais e para colmatar a carência de médico de família junto de 8.070 pessoas no concelho.

“Que medidas a câmara pensa tomar para atrair médicos?”, inquiriu Valéria Garcia, do PSD. Também João Bernardo, do CDS, salientou a necessidade de fazer um diagnóstico e definir uma estratégia. “É importante saber o que o município pretende fazer para cativar novos médicos a virem trabalhar para o município”, referiu o eleito centrista. “Se outros municípios já estão a fazer alguma coisa, quando é que o município da Covilhã começa a pensar fazer alguma coisa?”, acrescentou.

Hélio Fazendeiro, do PS, argumentou que, embora haja trabalho a fazer, nem tudo está mal, e frisou que “nenhum cidadão que precise de cuidados de saúde deixa de ser atendido”, além de ter elencado um conjunto de números relativos ao Centro Hospitalar. “O nosso hospital só tem sido notícia por coisas positivas”, afirmou.

“A rede de saúde de que dispomos garante um serviço de excelência”, considerou o eleito socialista, segundo o qual os serviços de saúde no concelho são um motivo de atração para o território.

João Bernardo, do CDS, mencionou que o antigo Agrupamento de Centros de Saúde da Cova da Beira tinha um índice de desempenho global de 37%, número que considerou “no mínimo vergonhoso”, enquanto na ULF Estrela esse dado é “superior a 80%”, o que levou o centrista a recomendar que seja adotado esse modelo em todo o concelho.

Vítor Reis Silva lamentou que a situação global da falta de médicos se tenha agravado ao longo dos últimos anos, criticou a baixa execução do orçamento na área da saúde e disse que os recursos do Estado são transferidos para o setor privado.

O eleito comunista preconizou o reforço da rede de cuidados primários, a sua dotação com alguns equipamentos de diagnóstico e alertou para os problemas acrescidos da falta de médicos de família nas zonas mais afastadas da sede de concelho, onde existe muita população idosa, com dificuldades de mobilidade “e, muitas vezes, com dificuldade económicas”.

“O que se deve fazer é continuar a investir no Serviço Nacional de Saúde”, respondeu Hélio Fazendeiro.

Fernando Pinheiro, do movimento Covilhã Tem Força, saudou os investimentos privados anunciados para a cidade e comentou que, se tal acontece, é porque o serviço público não tem dado as respostas necessárias e “há a possibilidade de fazer mais”.

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