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Olas: uma aldeia de “fibra” que não aceita ser excluída

No concelho de Belmonte, as Olas foram uma das únicas localidades que não foram abrangidas pela instalação de fibra ótica. Associação local está a angariar verbas para que tecnologia chegue, em março, à aldeia

“Vivemos numa democracia que não chega a todos”. É esta a convicção do presidente da Associação Liga dos Amigos das Olas (ALAO), Jorge Ferreira, quando pensa no facto de, no concelho de Belmonte, cerca de 98 por cento do território estar coberto, segundo a autarquia local, por uma rede de fibra ótica que, contudo, deixou a aldeia de fora.

Nas últimas reuniões de Câmara, e Assembleias municipais, o tema tem sido levantado, sendo que a autarquia alegou falta de capacidade financeira para despender 20 mil euros para servir uma população de 36 pessoas residentes na aldeia. A Câmara, contudo, aprovou um apoio de dois mil e 500 euros à Liga das Olas para a aquisição de um transformador que faça chegar a fibra ótica à aldeia, e a Junta de Freguesia de Inguias também já aprovou um apoio de dois mil euros. Mas as verbas são insuficientes, pelo que a Associação tem vindo a dinamizar uma recolha de fundos para chegar a esse objetivo.

Jorge Ferreira, à Rádio Caria, recusa a ideia de uma “teimosia” das Olas num diferendo com a autarquia neste assunto, mas garante que deve haver um princípio de igualdade para todos os cidadãos do concelho. “É uma causa de direitos humanos para todos. Não aceitar a exclusão de cidadãos, um rótulo de inferiorização a uma aldeia que pertence a uma freguesia e concelho” frisa o responsável. Que já anunciou que, através da associação que dirige, as Olas terão fibra ótica no ano que vem.

Segundo o dirigente, já está estabelecido um acordo comercial com uma empresa de telecomunicações para a colocação de um transformador e que este plano começará a ser executado ainda este mês. “A expectativa é que a fibra óptica chegue á localidade de Olas em março do próximo ano” garante. Uma tecnologia que custará cerca de 22 mil e 700 euros, a pagar em três prestações, uma em 2023 e duas em 2024.

A ALAO tem vindo, nos últimos meses, a criticar a falta de investimento da autarquia na aldeia, nomeadamente nesta questão da fibra, lembrando que a mesma faz falta aos jovens, nomeadamente a alguns que são empresários “que necessitam do digital para estabelecerem contactos e desenvolverem as suas actividades”, e a estudantes.

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