Oposição abstém-se nas contas, mas diz que se fez pouco

Além das contas do município, também as da Empresa Municipal “passaram”, mas de novo com prejuízo

A execução do “maior orçamento de sempre” da autarquia foi baixa, e se, “nunca em tão pouco tempo se pretendeu fazer tanto”, o que se fez “foi o pouco ou nada que se vê”. É esta a opinião da única deputada da CDU na Assembleia Municipal de Belmonte, Rosa Coutinho, que assim justificou a abstenção na votação das contas do município relativas a 2024, que foram aprovadas por maioria, na última assembleia, no dia 28 de abril, com votos favoráveis do PS, e abstenção quer da CDU, quer da bancada do PSD.

Rosa Coutinho disse que se fez pouco, e que, apesar da diminuição do passivo da autarquia, em cerca de dois milhões de euros, este “continua superior a 10 milhões, quase equivalente ao orçamento”.

Pela bancada do PSD, as críticas apontam no mesmo sentido. Acácio Dias, deputado “laranja”, afirma que o mandato de quatro anos do atual executivo culmina num período de 12 anos com “os mesmos gestores municipais” e que deixará, “certamente, desiludidos os cidadãos deste concelho”. Acácio Dias afirma que o documento revela “incapacidade” em fazer, que mostra que os custos com pessoal “continuam a aumentar” e que o exercício negativo, de 1,1 milhões de euros, “que vem sendo recorrente” é também sinal da “incapacidade de gestão” dos responsáveis políticos.

Opinião diferente teve a maioria socialista. Segundo o deputado Luís António Almeida, líder da bancada, este é um documento que, segundo ele, em termos técnicos, está “irrepreensivelmente correto”, e que em termos políticos reflete as opções orçamentais do executivo.

Já o presidente da autarquia, António Dias Rocha, salienta que a taxa de execução se situou acima dos 80 por cento, um número que considera satisfatório, realçou que o saldo negativo tem vindo a diminuir nos últimos anos e que as contas “estão equilibradas”.

Empresa Municipal “em falência técnica”

Também as contas da Empresa Municipal foram aprovadas por maioria, mas neste caso, com o voto contra da CDU, que continua a defender o fim da empresa e a integração dos seus trabalhadores no seio da autarquia.

Pelo PSD, que se absteve, o deputado Tiago Gaspar lamentou que as contas revelem um novo prejuízo de 65 mil euros, e disse que a Empresa apenas é viável com a injeção de dinheiro por parte da autarquia. “Há falta de rigor. O cenário é desolador. A Empresa está tecnicamente falida e pelas regras, já devia ter sido dissolvida. É uma gestão incapaz de gerar valor” frisa o deputado, que a considera “um peso para o município”.

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