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Oposição descontente por debater documento desconhecido

Plano de Revitalização do Parque Natural da Serra da Estrela foi discutido na sessão temática da Assembleia Municipal. PS ressalta a importância de um plano capaz de “fazer diferente do que tem sido feito”

“Onde está o plano? Alguém o tem? Ninguém tem o plano, mas estamos a debatê-lo” questionou o eleito da CDU Vítor Reis Silva, na sessão temática da Assembleia Municipal que se realizou na quinta-feira, 30, onde foi debatido o Plano de Revitalização do Parque Natural da Serra da Estrela.

“O plano já está concluído e foi entregue ao Governo. O documento foi apresentado a 28 de julho em Celorico da Beira, deveríamos ter feito o debate logo a seguir a esta data”, disse Reis Silva. Os partidos da oposição concordaram e mostraram o seu descontentamento por desconhecerem as propostas do projeto.

Nuno Reis, do CDS-PP, sublinhou: “Com a presença de pessoas que representam diversos organismos com informação detalhada que a todos diz respeito, acho que devíamos ter recebido toda esta informação que está aqui hoje a ser dada, para termos um debate mais sério e mais realista até com as próprias medidas”.

“Não teria sido mais útil ouvir os especialistas antes do plano ter sido entregue à senhora ministra, do que agora no final, quando o plano já está entregue?”, questionou Lino Torgal, do PSD.

“Sabemos através de uma notícia de jornal que a Câmara da Covilhã entregou o seu plano à ministra”, afirmou Torgal e lamenta que as populações mais afetadas pelos incêndios não tenham conhecimento das medidas que integram o documento.

Na sessão estiveram presentes Carlos Lobo, consultor que colabora com a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela, Estrela Rosário, consultora técnica da COBA, empresa que está a realizar um plano de avaliação do potencial hídrico da Serra da Estrela, e Fernando Peraboa, Comandante Regional de Emergência e Proteção Civil do Centro.

O presidente da Junta de Freguesia das Cortes do Meio, Jorge Viegas, apontou três principais motivos que motivam os incêndios: “A gestão desastrosa que o ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas) faz do Parque Natural, o abandono do mundo rural e a falta de investimento destas áreas e no interior”. “Desde o incêndio de 2001, a ação do ICNF foi nula”, disse Jorge Viegas e considera que “a humanização da Serra da Estrela, como há uns anos, era o que permitia a prevenção destes desastres”.

O eleito socialista Hélio Fazendeiro esclareceu que “o plano de revitalização é o resultado daquilo que foi uma resposta de um Governo a uma catástrofe natural que aconteceu no nosso território, que foi o incêndio de 2022”, e lamentou que seja algo que acontece repetidamente na região.

Hélio Fazendeiro garantiu que a ação será imposta a qualquer Governo que esteja em funções. “Vamos exigir que este seja um plano dotado orçamentalmente e capaz de fazer diferente do que tem sido feito até agora”, disse.

Vítor Pereira, presidente da Câmara, lembra que se trata de uma “quantia astronómica de 600 milhões de euros para serem investidos na Serra da Estrela”, para “ajudar, mitigar, incentivar, prevenir” e recorda que “vai ser investido ao longo dos anos”. “O ministro do Ambiente previu entre dez a 15 anos, porque o que ardeu não se repõe da noite para o dia”, remata.

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