Procurar
Close this search box.

OS COGUMELOS

“Somos definitivamente uma Punta Cana da Europa, ou este "boom" é de época?”

É vê-los a erguerem-se nas grandes urbes, mas também nas médias, e nos espaços onde a natureza reina. Há para todos os gostos.

Altos, de luxo, de gama intermédia, pequenas unidades mais económicas tipo pensão ou residencial, básicos, alojamentos locais, com muitas estrelas, sem elas, rurais, tipo boutique, de praia, de campo, na serra… multiplicam-se a um acelerado ritmo. São conhecidos por hotéis, e Portugal está hoje a plantá-los um pouco por todo o lado. Representam o símbolo da dinâmica turística a que o país assiste. Um entusiasmo jamais sentido, uma loucura nunca vista. Há cada vez mais turistas, há regiões do país como a baixa de Lisboa, o centro de Sintra, ou o Algarve no Verão, em que nos sentimos como peixe fora de água, tal o fluxo de gente que nos visita, vinda de todas as partes do globo. Ora com tantos visitantes, é preciso lugares para os aconchegar. E lá está, são necessários mais hotéis, muitos mais a avaliar pela procura de Portugal como destino para descanso e férias. Os responsáveis políticos e os gestores turísticos exultam com os resultados. Os números assustam. Pela positiva, claro. Os oficiais apontam para que em Junho de 2024, o sector do alojamento turístico tenha registado mais de 3 milhões de hóspedes e 7,8 milhões de dormidas gerando 698 milhões de euros de proveitos totais. De acordo com informação divulgada em pelo Banco de Portugal, as receitas turísticas relativas ao mês de Junho atingiram os 2,3 mil milhões de euros, e representaram um aumento homólogo de 10%. Os portugueses parecem sintonizados em olhar para o turismo como a solução para a economia do país, e naturalmente o mercado exige novas soluções de acolhimento. Dormidas com e sem pequeno almoço. De meia pensão ou pensão completa.

Desse modo não parece de estranhar que a capital portuguesa se apresente na Europa como a terceira cidade que mais hotéis projecta construir até 2026. Segundo a imprensa especializada, Lisboa só fica atrás de Londres e de Istambul. Está prevista a abertura de 36, repito, 36 hotéis nos próximos dois anos. São mais de 4400 novos quartos. Mas podemos e devemos olhar para o país no seu todo. Portugal espera construir 114 novas unidades no mesmo período de tempo. É muito hotel. Sem dúvida. Agora não deveremos meditar sobre a possibilidade de a “galinha deixar de pôr estes ovos de oiro que todos os dias colhemos no galinheiro?” Somos definitivamente uma Punta Cana da Europa, ou este “boom” é de época? Conseguiremos continuar a vender as nossas praias, a comida, o vinho, a imensa história e gente simpática que fazem de nós ainda uma pérola por descobrir? Não estará Portugal na moda?  E se assim for, estaremos preparados para o embate?

VER MAIS

EDIÇÕES IMPRESSAS

PONTOS
DE DISTRIBUIÇÃO

Copyright © 2024 Notícias da Covilhã