O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considera que o grande incêndio que no último Verão dizimou mais de 28 mil hectares de mato e floresta na região (foram cinco os concelhos afetados) e cerca de 22 mil hectares do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) foi “uma grande lição para todos”. Em suma, a mensagem deixada na segunda-feira, 26, no quartel dos bombeiros voluntários da Covilhã, o ponto de partida para um dia de visita a diversos locais afetados nos concelhos da Covilhã, Manteigas, Seia e Guarda.
Na Covilhã, Marcelo falou do passado, e das várias lições que ficaram, mas acima de tudo “o que mais interessa agora, o futuro”, deixando o elogio a todos quantos combateram um fogo “tão difícil e complexo”. Um “combate que parecia regional, mas que foi nacional” disse o chefe de Estado.
“Foi um incêndio incomparável ao que já se tinha visto. Algo completamente diferente do que já acontecera. Mas temos que nos habituar cada vez mais a estas realidades” disse Marcelo Rebelo de Sousa, apostando em que se pegue no passado para se “melhorar” a actuação em termos futuros. “Não é de um momento para o outro que se consegue mudar tudo. Por exemplo, este fogo afectou diversos concelhos do PNSE, vários municípios e isso dificulta a articulação. Mas nem o fogo, nem os incendiários respeitam fronteiras administrativas” frisa o Presidente da República, que lembra que neste momento já se tem que trabalhar. “Os fogos começam a prevenir-se no Inverno” diz. Marcelo diz ter percebido que “se está a fazer um esforço” para melhorar, que no plano operacional “se está a fazer o que é preciso ser feito”, mas que politicamente ainda há um caminho a percorrer, nomeadamente nas responsabilidades de cada concelho. “Não existem CIM’s à medida do território. Mesmo quando houver regiões administrativas, não se resolverá o problema, pois será uma área mais vasta que o Parque Natural. O importante é que cada um perceba, a começar logo pelos cidadãos, que cada um tem que defender não só o que é seu, mas um todo” aconselha.
O presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, lembrou o incêndio “sem precedentes” que destruiu a Serra da Estrela, e que “deixou marcas e sequelas” para o futuro, embora garanta que todas as autarquias da região estão “imbuídas” no espírito de revitalização da Serra. “Estamos unidos para dar uma nova vida à Serra. Neste momento, a limpeza do que ardeu é o primeiro trabalho, que está a ser feito, mas estamos todos a dar o nosso melhor no trabalho de recuperação, que será difícil” garante o autarca covilhanense.
O dia de Marcelo Rebelo de Sousa inclui uma visita a zonas ardidas em Sameiro (Manteigas), indo depois à apresentação do dispositivo conjunto de protecção e socorro da Serra da Estrela, em Seia, visita a áreas ardidas em Folgosinho, estando depois presente no Magusto da Velha, em Aldeia Viçosa (Guarda), fechando o dia na Guarda em projectos da GNR e PSP de apoio a idosos, bem como na apresentação dos trabalhos em curso no âmbito do Plano Operacional da Serra da Estrela.