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Os miúdos que querem ligar a cidade ao Sporting da Covilhã

São cinco jovens, a maioria estudantes, a trabalhar de graça, aqueles que gerem a comunicação exterior do clube serrano. Nas redes sociais. Por amor. E com intuito de unir a cidade ao Sporting, para o tornar mais forte

Sabe quem promove o 12º jogador nas redes sociais do Sporting Clube da Covilhã? Ou quem assinala o aniversário de algum atleta? Ou lhe mostra as fotos dos jogos? Ou lhe mostra os golos? Ou o onze que entra em campo em cada jogo? Ou as ações sociais promovidas pelo clube? Um trabalho sem rosto, mas fundamental para a dinâmica do clube, que é levado a cabo, de forma gratuita, por cinco jovens que têm como denominador comum o amor ao clube e o gosto pela comunicação.

De facto, de há algum tempo para cá que a presença do Sporting da Covilhã nas redes sociais passou a ser uma constante. Um trabalho inicialmente desenvolvido por uma equipa liderada por Afonso Costa, que saiu do clube em dezembro, e que foi continuado por uma outra equipa liderada pelo atual diretor de comunicação do clube, Eduardo Henriques, 20 anos, estudante do terceiro ano de jornalismo e comunicação na Universidade de Coimbra.

Ex-atleta do clube nos escalões de formação, até aos juniores, Eduardo, covilhanense, quando desafiado a assumir funções, sentiu que poderia dar o seu contributo fora das quatro linhas, e lidera agora uma equipa que conta com a também covilhanense Daniela Fernandes, com a brasileira Milena Melo, e com Laura Couto, natural da Marinha Grande, ajudados pelo fotógrafo covilhanense Nelson Manteigas.

“Ninguém recebe nada. A não ser o carinho das pessoas e a experiência que esta tarefa nos dá. Ninguém depende disto para viver” explica Eduardo, que recorda que o grupo é constituído por estudantes, e estudantes trabalhadores, que têm como principal função manter atuais das redes sociais de modo a “ser um elo de ligação entre o plantel e os adeptos”. Além do que faz o plantel sénior, esta equipa também gere a página da formação no Facebook. “Tentamos dar visibilidade aos miúdos. Eles gostam, e os pais também” frisa.

O diretor de comunicação do Covilhã salienta que, independentemente dos resultados, se tenta sempre passar uma “comunicação pela positiva”. Mas acredita, no entanto, que é mais fácil ter maior aceitação ao que se divulga quando se vem de três vitórias consecutivas, do que quando se vem de três jogos sem ganhar. “Nós vemos, hoje em dia, que há cada vez mais adeptos dos três grandes do futebol nacional, e cada vez menos do clube da cidade. Após a descida dos campeonatos profissionais, e depois da morte do presidente José Mendes, o clube quis reconstruir-se, passar a ter uma ideia própria. Obviamente que o que se quer são resultados imediatos, mas acredito que eles virão a longo prazo e mais facilmente passará esta maneira de estar no futebol” explica Eduardo.

Uma tarefa desempenhada “por amor ao clube”, que foi “sempre o do coração”. Sempre que os leões da serra jogam no Santos Pinto, Eduardo faz por estar presente, vindo de Coimbra, “nem que esteja apertado com alguma frequência”.  Da equipa, Eduardo explica que, por exemplo, Laura Costa, não sendo covilhanense, é sua colega de curso e acabou por aceder a ajudá-lo. Milena, brasileira, mora na Covilhã, quis mostrar “o seu trabalho” e é “uma mais-valia”. E Daniela, serrana, também tem o “bichinho” do clube com ela.

“A experiência que isto nos dá, em termos futuros, é muito boa, para crescermos em termos profissionais. Muita gente não sabe quem trata a comunicação do clube. O Afonso, com a sua equipa, fez um trabalho excelente, e nós, quando lhe sucedemos, nem sabíamos bem o que íamos fazer. Não havia nada que nos explicasse por onde ir. Mas o foco é sempre comunicar pela positiva” frisa. No seio do clube, garante, as mensagens de incentivo “são muito boas”, da parte dos adeptos, “não há grandes manifestações”, embora realce que “o adepto do Covilhã é muito exigente, fervoroso e apaixonado”.

“O que nós tentamos promover é a união que o clube precisa para regressar ao lugar que merece, as ligas profissionais”, assegura Eduardo, lembrando os pergaminhos dos leões da Serra na II Liga, onde foram, até à descida, o emblema com mais presenças consecutivas, ou, ainda mais lá atrás, as presenças na Primeira Divisão e a ida a uma final da Taça de Portugal no Jamor.

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