Em apoteose. Assim terminou mais uma Volta a Portugal em bicicleta. Com uma boa ideia de percurso, calçada numa emocionante escalada ao Monte de Santa Luzia, na garbosa e carismática Viana do Castelo. Um espectáculo fantástico no plano desportivo, venceu o melhor, pelo entusiasmo de milhares de portugueses ao longo das ruas, e pela cobertura televisiva da RTP, cimentada numa vasta experiência dos seus profissionais. Dois deles, são uma espécie de ídolos dos amantes do ciclismo, muito, mas muito mais amados que todo o pelotão nacional. Pudera, estão na «borda» da estrada há mais de vinte e cinco anos.

Trazem consigo um lastro de argúcia, inteligência e conhecimento, a que juntam um entendimento quase sanguíneo. Sim, podemos arriscar a força dos laços, sempre que João Pedro Mendonça e Marco Chagas trabalham juntos. Um encontro de irmãos, com tudo o que uma relação com esta marca, apresenta. E de facto estão ao longo do ano muitas vezes lado a lado. No maior espectáculo do mundo, que apesar das tentativas de «assassinato», levanta-se e revigora-se a cada ano que passa. O Tour de France. Em muitas outras competições de ciclismo, e claro, na nossa Volta a Portugal, que tarda a impor-se como uma grande das médias voltas do calendário da União Ciclista Internacional. Honra lhes seja feita, Chagas e Mendonça, «galvanizam» e de que maneira a populaça e a própria organização da prova, que deveríamos exigir um pelotão com mais qualidade. Bom… não há volta que não deva passar na Covilhã, com um final de etapa no Alto da Torre, Não há volta a dar. É a etapa rainha. Este ano repetiu-se, e o Notícias da Covilhã subiu a serra e acompanhou o trabalho desenvolvido por quem nos lê a corrida, através da televisão. São os «Reis da Volta». Na recta da meta, se percebe bem o carinho das pessoas, dos adeptos por este projecto. João Pedro Mendonça, lisboeta com raízes na beirã Monsanto, um repórter de rádio, que virou pelo bom jornalismo figura da TV pública, e Marco Chagas, ribatejano do Cartaxo, que iniciou em Pontével uma extraordinária carreira como ciclista, tendo vencido a Volta a Portugal por quatro vezes. Ainda foi director desportivo, mas afirmou-se como comentador.

Na volta da edição impressa do Notícias da Covilhã, a 7 de Setembro, mostraremos um pouco mais desta dupla bem sucedida.