“Os resultados estão à vista de todos”

Flávio Massano, 35 anos, recandidata-se a um segundo mandato em Manteigas. Diz ter tido quatro anos duros, mas desafiantes, e quer dar continuidade ao que tem projetado, pois os problemas “nunca param de surgir”

O que o leva a recandidatar-se à Câmara?

Depois de tanto trabalho, tanto esforço e tanta dedicação ao meu município, à minha terra e às minhas gentes, não estar disponível para um segundo mandato seria uma decisão que ninguém compreenderia e um erro que jamais poderia cometer. Há quatro anos, as pessoas de Manteigas quiseram mudar de rumo e confiaram na minha candidatura, mas acredito que também beneficiei de algum cansaço instalado por termos sempre as mesmas caras na política em Manteigas. Agora, parto para esta segunda eleição com uma responsabilidade muito maior, uma vez que as pessoas terão a oportunidade de validar a opção tomada em 2021, dando-me uma vitória expressiva, como seria uma maioria absoluta, ou uma vitória idêntica, com maioria relativa, ou, pelo contrário, podem querer colocar um ponto final nesta experiência. De todo o modo, parto para esta eleição com a mesma motivação, mas muito mais confiante pelo trabalho que desenvolvemos.

Que balanço faz do seu primeiro mandato?

Foi um mandato duro, longo e difícil, mas igualmente desafiante, enriquecedor e muito gratificante. Por vezes é aos momentos mais difíceis que vamos buscar a inspiração e a força para superarmos todas as adversidades. Apesar de tudo o que passámos, o balanço só poderia ser positivo, porque foram muitos os projetos e as obras que concluímos, tal como muitos foram os quilómetros que percorremos em nome dos manteiguenses, em Portugal e no estrangeiro, sempre em busca de novas oportunidades e de novos públicos. Os resultados estão à vista de todos e no futuro, se continuarmos este caminho, eles vão ser ainda mais visíveis, porque Manteigas tem potencial para muito mais.

Como foi gerir a Câmara, no último ano, sem orçamento aprovado?

Foi mais um momento difícil que não merecíamos, principalmente depois de termos realizado muito provavelmente o ano com maior execução financeira da história do Município. Interesses meramente políticos sobrepuseram-se ao superior interesse dos manteiguenses, mesmo depois de, na sessão da votação da AM, ter praticamente implorado para que não cometessem aquele erro. Foi um erro grave e que prejudicou todos os envolvidos: o executivo em funções, a oposição, os serviços, os funcionários e em última linha todos os manteiguenses que, alheios a tudo isto, viram o maior orçamento alguma vez apresentado ser chumbado sem razão.

Quais os principais problemas que pensa ainda existirem no seu município?

Existem muitos, porque um concelho é um organismo vivo onde os problemas nunca param de surgir. Às vezes, da resolução de um problema podem resultar dois, pelo que a tarefa nunca é dada por concluída. Ainda assim, penso que neste mandato atacámos problemas estruturais, que duravam há mais de 10, 20 e 30 anos, e estamos a resolvê-los um atrás do outro, a um ritmo e com uma eficácia que há muito não se viam. Desde a falta de habitação, à desorganização do centro da vila e da rua 1.º de Maio, à recuperação de equipamentos coletivos como estradas, o auditório, o pavilhão, a zona industrial, a escola, entre outros. Tudo isto está a ser resolvido com obras em execução, com projetos já terminados e que estão para adjudicação e outros em fase final de elaboração. Idealizámos, planeámos e estamos a executar.

Que ideias defende para desenvolver o concelho?

Darei continuidade a tudo o que temos projetado e a todas as obras que irão iniciar nos próximos tempos. Não descansarei enquanto Manteigas não tiver 40 casas novas, um centro da vila organizado e orientado para as pessoas e para o comércio, uma escola básica e secundária nova, com pavilhão coberto que tanta falta faz às nossas crianças e que em 30 anos sempre foi falado mas nunca passou de uma ideia, um mercado de montanha no centro da vila que valorize os nossos produtos endógenos, mas também com espaço de incubação de novas empresas de restauração e de experiências turísticas inovadoras, bem como áreas culturais diurnas e noturnas com a incorporação de um fablab da montanha, a revitalização total do auditório do centro cívico e do pavilhão municipal, a concretização do Observatório Nacional das Alterações Climáticas em parceria com o IPMA, a Escola da Floresta e a Floresta Terapêutica das Moitas, o arranjo urbanístico de toda a vila, para o qual estamos a encomendar um estudo de fundo, que melhore a circulação, os espaços de estar e aprofunde a ideia das ruas escolares e amigas das crianças e das pessoas.      Entre muitos outros projetos sociais, culturais e ambientais que continuarão a tornar Manteigas um lugar cada vez melhor para viver, trabalhar e investir.

Se perder, assume o lugar de vereador?

Se perder, assumirei o meu lugar de vereador com a maior honra e consideração por todos os manteiguenses que me concederem esse lugar. Representar Manteigas é sempre um orgulho, seja em que lugar for, com que equipamento ou farda o fizer. Prefiro ganhar, mas perder não me tirará o sono nem a vontade de fazer acontecer que sempre tive dentro de mim.

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