Dinis tem 7 anos e Maria Francisca, 9. Dois irmãos que esta semana iniciam as suas aulas no segundo e quarto ano de escolaridade, no Agrupamento de Escolas Pedro Álvares Cabral. Se, em condições normais, o primeiro dia de aulas seria aguardado ansiosamente pelos pequenos para reverem amigos, poderem brincar, além de aprenderem as suas matérias, este ano a entrada no novo ano irá sim trazer mais regras e uma palavra difícil de explicar a quem tem tenra idade: distanciamento.
“É óbvio que me preocupam os possíveis surtos ou contágios. Mas além disso preocupa-me toda esta situação que está a tirar às nossas crianças o tempo de serem crianças. Como por exemplo, a retirada do tempo de intervalo ao ar livre, para poderem brincar” afirma a mãe, Vera Infante. Que prefere o ensino presencial em vez do à distância. “Aulas não presenciais, espero que não aconteçam de novo ou, a acontecerem, que seja por um período curto. Porque isto de estar em teletrabalho e com duas crianças em ensino à distância é de deixar os nervos à flor da pele” lembra.
Para o nono ano vai Francisca. Na escola sede do Agrupamento, tudo foi preparado para um ensino um pouco diferente este ano. O director, David Canelo, já disse que o ensino será desenvolvido em regime presencial em todas as escolas “se tudo correr bem”. No entanto o Agrupamento preparou outros regimes do processo de ensino, caso a situação pandémica sofra alterações negativas, nomeadamente, o ensino em “regime misto”, com turmas divididas em dois grupos, intercalados nos dias da semana, de forma presencial e não presencial, e o “regime não presencial” em ambiente virtual. Ana Sousa, mãe de Francisca, diz que é importante não esquecer todas as precauções de higiene que os alunos devem ter, mas também acha que se deve transmitir “aos nossos filhos alguma tranquilidade”. Para ela, “é importante não irem com medo, mas sim com precaução, pois andamos a fugir de uma doença e estamos a provocar mais umas quantas, essencialmente a nível psicológico, como a ansiedade e pânico.”
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