O presidente da Associação das Aldeias Históricas de Portugal, António Robalo (também autarca do Sabugal) admite que a falta de turistas na Páscoa, tanto nacionais como espanhóis, será uma “enorme machadada” na região, que esperava um ano com “algum optimismo”. “A dificuldade enorme que já temos em ter dinamismo no turismo numa época normal é penalizada particularmente por este momento” afirma.
Segundo o presidente da Associação das Aldeias Históricas de Portugal, o “optimismo inicial” relativo ao ano de 2021 “transformou-se em algum pessimismo”, devido à continuidade da pandemia, e a situação representa “uma enorme machadada” para o sector do turismo. “Nós, Rede das Aldeias Históricas, terminámos o ano de 2020 perspectivando o ano de 2021 com algum optimismo. Obviamente que assim não está a ser e, apesar de todo o esforço da rede, da organização e dos seus associados, neste momento estamos num grande impasse que tem a ver com os estabelecimentos de restauração e de alojamento local estarem fechados”, diz. António Robalo refere que a época da Páscoa costuma captar muitos turistas nacionais e espanhóis para o território das Aldeias Históricas, mas este ano tal não acontecerá, devido ao encerramento das fronteiras e às restrições à circulação no território nacional. “A poucos dias da Páscoa, não acreditamos em milagres, mas acreditamos que estamos disponíveis e preparados para que, logo que a reabertura se processe, para ajudar, para colaborar com os operadores e com os agentes, no sentido de estarmos um passo à frente. Por isso, também estamos organizados, temos uma rede, uma associação e uma equipa técnica ativa que ajuda e alavanca todos os associados”, garante.
O dirigente acrescenta que, perante a actual situação, os associados já transmitem “algum pessimismo” em relação ao futuro. “O nosso território já é habituado a não ter um turismo em larga escala, mas estamos preocupados com o desaparecimento do negócio, porque sabemos que, para além do valor intrínseco das Aldeias Históricas, é importantíssimo aquilo que os associados, aquilo que os promotores fazem em torno das aldeias”, admite. A Associação das Aldeias Históricas de Portugal tenta fazer com que “esses agentes de animação permaneçam no território, não fechem as portas e continuem activos”. O dirigente vaticina que logo que a situação da pandemia seja ultrapassada, “aquilo que poderá dar alguma dinâmica” ao sector “é o valor intrínseco das próprias aldeias”. Por isso, António Robalo acredita que “logo que seja permitida alguma mobilidade às pessoas”, elas procurem lugares como as Aldeias Históricas de Portugal, que são locais “com menos pressão turística” e com “turismo alternativo”.