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Plataforma pede a deputados e autarcas que retirem “palas partidárias” pelas portagens

Movimento apela aos deputados eleitos pelo Interior para que defendam quem os elegeu e aos autarcas que “sirvam as populações” e se libertem das “palas partidárias”.

A Plataforma P’la Reposição das SCUT na A23 e A25 apelou aos deputados eleitos pelo Interior e aos autarcas da região para que se empenhem em iniciativas com vista à abolição das portagens.

O porta-voz do movimento, Luís Garra, diz que se os deputados eleitos pelo Interior se aliarem à demanda a reposição será mais facilmente concretizável, e lançou o repto, especialmente aos do PS, para que, “em vez de serem seguidistas em relação ao Governo e ao partido, sejam agentes de maior atenção em relação aos que os elegeram”. O elemento do grupo pediu ainda aos autarcas da região que se “libertem das palas partidárias, para servirem as populações que os elegeram”.

Em comunicado, os três deputados do PS eleitos por Castelo Branco, Paula Reis, Tiago Monteiro e José Ferreira, saudaram a iniciativa do Governo e consideraram ser uma “medida robusta de um Governo que faz”.

Desconto de 30% só para a classe 1

As portagens na A23, A25 e A24 vão baixar, a partir de janeiro, 30% em relação ao valor atualmente praticado, informou, dia 28, a ministra da Coesão, Ana Abrunhosa, enquanto a Plataforma P’la Reposição das SCUT na A23 e A25 considera que anúncio é uma forma de adiar o desconto prometido em 2022 e 2023 para o próximo ano e avisa que vai fazer pressão para a abolição desse custo.

“Vamos ter uma redução de 30% face aos preços atuais em vias como a A22, a A23, a A24, a A25, a A4, a A13 e a A13-1”, disse a ministra, sobre a medida aplicada às antigas SCUT (vias sem custos para os utilizadores).

Já depois da declaração pública de Ana Abrunhosa, fonte do Ministério da Coesão Territorial esclareceu que o desconto de 30% se aplica apenas aos veículos ligeiros de passageiros (classe 1) e que no caso das viaturas das restantes classes, como os pesados de passageiros e de mercadorias, o desconto é de 13% no período diurno e mantêm-se os valores atuais no período noturno.

Ainda sem estarem na posse dessa informação, durante uma conferência de imprensa na Covilhã na segunda-feira, 2, os representantes da Plataforma remetiam uma “análise mais exaustiva” para quando tivessem acesso à leitura do diploma, porque “por vezes o Diabo está nos detalhes”.

Rescindir contratos de manutenção das portagens

Os representantes do grupo sublinharam que “o tempo das reduções já lá vai” e que a abolição das portagens deve ser contemplada já no próximo Orçamento do Estado. “Não é uma questão de teimosia, é uma questão de fazer justiça ao Interior”, argumentou Luís Garra.

O empresário Luís Veiga fez referência “aos custos de contexto” no interior do país, à “ausência” de vias alternativas na região e à “justiça territorial” que significa abolir as portagens, sugerindo a rescisão por parte do Governo dos contratos associados à cobrança, como a manutenção dos pórticos, o pagamento aos CTT, a energia e outros custos associados à manutenção, aludindo a informações dadas de que as despesas de manutenção representam 30% do valor das receitas, para sustentar que com a redução prevista a partir de janeiro deixa de compensar essa despesa.

De acordo com Ricardo Fernandes, outro elemento do movimento, “repor as SCUT ficará mais barato do que mantê-las”. O empresário e elemento da Plataforma lamentou que as portagens sejam “um imposto extra, só para nós, que estamos no Interior”, e acrescentou que as empresas da região estão “a perder competitividade com Espanha”, onde esse custo não é um peso e existem alternativas rodoviárias às vias pagas.

Nenhuma decisão sobre Plano de Mobilidade

Luís Veiga lamentou ainda nada ter sido dito pelo Governo sobre o Plano de Mobilidade para o Interior, para o qual a Plataforma contribuiu com sugestões, nomeadamente no que toca à “intermodalidade entre a rodovia e a ferrovia”.

“É preciso que o país saiba que isso aqui não existe. É lamentável que passado este tempo todo se deixe para trás este problema grave no nosso território”, censurou o elemento do movimento, referindo-se à falta de transportes públicos e a freguesias do concelho da Covilhã onde o passe mensal para a sede de concelho custa cem euros.

 

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