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Portugal é “a esperança de um futuro melhor”

“Sinto-me muito segura aqui. No Brasil, os meus pais não me deixavam descer o elevador do meu prédio, porque era perigoso”. A história é de Alice Casseleiro, 21 anos, que está em Portugal há cinco e que participou na passada quarta-feira, 13, no Jardim do Lago, num encontro de culturas dinamizado pela Santa Casa da Misericórdia da Covilhã. Que juntou gastronomia e artesanato de diversos países, como Afeganistão, Angola, Brasil, Cabo Verde, Colômbia, Cuba, Japão, Paquistão e Portugal.

A jovem conta que tem ideia de ficar em Portugal e fazer a sua vida por cá, especialmente devido à segurança que o país oferece. “Tenho ideia de ficar. Não tenho mesmo ideia de voltar para o Brasil. Acho que a palavra que define Portugal é ‘segurança’. A minha realidade mudou bastante aqui”, explica a jovem que atualmente integra o segundo ano de estudos em Ciências Biomédicas na UBI. “Eu vim para cá com 16 anos e no Brasil, eu e os meus pais vivíamos num condomínio fechado, com portaria e tudo fechado, com cerca elétrica em volta. E os meus pais não me deixavam descer o elevador do meu prédio”, frisa, realçando nem sequer conhecer quem morava nos outros andares, o que tornava perigoso andar sozinha pelo prédio. “Aqui é tudo muito mais tranquilo, conheço os meus vizinhos, posso conversar com quem passa na rua, posso andar na rua livremente. Eu vou a pé para a faculdade, apanho o autocarro e ando à noite na rua sozinha. É uma sensação de liberdade que não tinha no Brasil”, remata Alice, que afirma que a adaptação ao país foi “muito boa e muito fácil” para a jovem e para os seus pais.

Ariolina Duran, 35 anos, veio de Cabo Verde e está em Portugal há cerca de um ano e dois meses. “Vim estudar para a UBI e trouxe a família toda, incluindo os meus dois filhos pequenos”, diz, contando que a adaptação de todos ao país, tem sido muito positiva. “Já estou acostumada a estar em contextos de culturas diferentes, mas sinto-me bastante bem aqui. Eu gosto de Portugal porque sou cabo-verdiana e temos muita ligação ao país. Não tenho nada a apontar, porque está tudo a correr muito bem. Sinto-me bem na universidade, integrei-me bem com todos os meus colegas portugueses, os meus filhos também se adaptaram rápido à escola”, afirma feliz. A cabo-verdiana explica que, para ela, “Portugal representa a esperança de um futuro melhor”.

“É muito frio aqui”

Já Ana Soares, 20 anos, é natural de Angola e há quase quatro anos que está em Portugal. A jovem revela que veio para cá com a sua irmã, para estudarem, e lamenta ter sido colocada na UBI, mas não poder realizar a sua matrícula por causa do seu título de residência. Apesar disso, Ana conta que tem corrido bem na sua estadia por cá. “A adaptação foi melhor do que eu esperava, porque Portugal e Angola não têm muita diferença, visto que também falamos o português. A minha maior dificuldade foi o clima. É muito frio aqui e, em Angola, a maior parte do tempo é calor. Foi a minha maior dificuldade”, admite a angolana.

Há um ano e meio que Marina Silveira e os seus pais decidiram sair do Brasil e vir para Portugal “em busca de melhores condições”, como diz a jovem. Apesar de Marina notar que têm tido algumas dificuldades com a obtenção de documentos, repara que não é nada que não se consiga resolver, e que, apesar disso, a adaptação da família ao país está a correr bem. Marina assenta que Portugal é um país “diferente”. “Portugal é diferente, porque no Brasil temos muita diversidade cultural, mas é um pouco mais misturado. Aqui, a diversidade cultural é muito marcante, porque a cultura portuguesa é uma coisa muito específica. Essa é a maior diferença que eu noto”, afirma.

Segundo dados do centro distrital da segurança social, existem cerca de 526 migrantes em acompanhamento no distrito de Castelo Branco, sendo o terceiro distrito do país que mais migrantes acolhe, atrás de Lisboa e do Porto.

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