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Prioridades 2030

"... não sei se as prioridades dos portugueses entroncam nas mesmas do Portugal 2030, uma coisa é certa, as prioridades dos portugueses apontam para melhores condições de vida e bem-estar social"

Quase nove meses depois, desde que começamos a preparar a nova vida do Notícias da Covilhã, os “manda-chuva”deixaram de o fazer. Não mandam chuva… não têm feito outra coisa se não dizer-nos que o “tempo” continua quente, aliás muito quente, muito mais do que seria de supôr para o “mesmo período do  ano passado “. E isso terá sido mesmo o que mais mudou, desde que em Fevereiro abri caminho para a Capital da Serra. Inicialmente pela ferrovia, que foi, através da CP – Comboios de Portugal e ao longo destes nove meses, “parindo” greves e mais greves, criando condições, para que muitos como eu, troquem amiúde os rails da Linha da Beira Baixa, pelo asfalto da Autoestrada A23-Beira Interior, a tal que, através da sua concessionária Globalvia, vai continuando a cobrar a preços incomportáveis, as sucessivas passagens pelos vários pórticos instalados ao longo do traçado de 217 quilómetros que liga Torres Novas a Guarda.

É bom recordar que nos Objectivos Portugal 2030, percebe-se a vontade de um “Portugal + Conectado, com redes de transportes estratégicas, baseada numa forte aposta na ferrovia, potenciando a mobilidade de pessoas e bens, bem como a qualificação dos territórios, garantindo a sua atractividade, competitividade e inserção nos mercados nacional e internacional”. Apenas para me referir a esta Scut, ao longo destes meses presenciei a luta de quem vive e trabalha no Interior, pela abolição desses pagamentos. Combate aliás que começou há bem mais de uma década, e que assenta também na justificativa do abandono e desertificação do território. Protesto inglório, por via de constantes avanços e recuos de sucessivos governos, que ainda assim vão distribuindo algumas migalhas com as pouco significativas reduções dos valores a desembolsar por quem, e são aos milhares, olha para este percurso, como um de tantos para abrir caminho a mais desenvolvimento social e a uma economia regional mais forte.

O Estado, através dos mesmos governos também parece ter “olho para a coisa”, já que no mesmo caderno de prioridades para 2030, projecta um “Portugal + Próximo dos cidadãos, apoiando estratégias de desenvolvimento a nível local, promotoras de coesão social e territorial, e apoiando o desenvolvimento urbano sustentável, baseado no conceito de interligação de redes, centrada nas necessidades das pessoas”. Lá está, sempre as pessoas e as suas necessidades. A coesão, e tal… e tal… não sei se as prioridades dos portugueses entroncam nas mesmas do Portugal 2030, uma coisa é certa, as prioridades dos portugueses apontam para melhores condições de vida e bem-estar social. E quanto a isso, o “tempo”  traz-nos nuvens muito negras, e a permanente aproximação de uma tempestade.

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