O Projecto Cuidar em Casa, dinamizado pelo Centro Social Comunitário do Peso (CSCP) em cinco localidades da corda do rio, com o intuito de acompanhar e prestar assistência a idosos, e retardar a sua institucionalização, vai ter continuidade e ser alargado a outras áreas do concelho, anunciou a vereadora com o pelouro da Acção Social, Regina Gouveia, durante a última reunião publica do executivo, dia 16.
“Eu queria aqui sublinhar o facto de pretendermos alargar este projecto, com o apoio do município, mas também no âmbito de uma candidatura a realizar, alargar este projecto a freguesias de outras áreas do concelho”, referiu a vereadora.
Segundo Regina Gouveia, “é este o caminho para um apoio mais directo, um acompanhamento mais directo”.
O projecto, composto por uma equipa multidisciplinar, de que fazem parte uma socióloga, uma psicóloga, uma enfermeira, uma fisioterapeuta, um animador e uma auxiliar, começou a funcionar no início de 2021, mas em Novembro último Rui Amaro, presidente do (CSCP), informou sobre a impossibilidade em dar-lhe continuidade, por falta de apoios, uma vez que não tinha obtido resposta às solicitações ao município e ao ministério da tutela.
“Partilhar recursos e trabalhar em conjunto”
O Cuidar em Casa começou por ser um projecto experimental de um ano, resultado de uma candidatura do Centro Social Comunitário do Peso, no valor global de 67 mil euros, comparticipados em quase 36 mil euros pelo BPI Fundação La Caja Rural. A ideia foi “mostrar que se pode fazer algo diferente no apoio domiciliário”, “mudar a actual realidade desse serviço” e, tendo em conta a impossibilidade de cada instituição ter uma equipa própria com todas estas respostas, “partilhar recursos e trabalhar em conjunto”, salientou no ano passado, em declarações ao NC, o presidente da instituição, Rui Amaro.
Aderiram as uniões de freguesias do Peso e Vales do Rio, do Barco e Coutada, a do Dominguizo e o Centro Social da Coutada. O custo inicial foi de 65 mil euros, com o montante próprio a ser “pesado”, e para manter a equipa são necessários 35 mil euros anuais, segundo apontou o responsável.
Rui Amaro adiantava que o presidente do município se comprometeu a apoiar o projecto, que o dirigente gostaria de ver replicado em outras zonas e a que desejava ver mais entidades da corda do rio associadas, apelando para que não se tivesse uma postura de “cada um defender o seu quintal”, sem pensar nos benefícios de “aproveitar sinergias”.
Os técnicos vão a casa das pessoas com uma frequência variável, em função das necessidades, para prestar cuidados diferenciados e ajudar a combater a solidão.
Combater o isolamento e a evolução de patologias
“O projecto continuará a ser dinamizado pelo Centro Social e Comunitário do Peso, mas nesta 2.ª fase com apoios da Câmara Municipal da Covilhã e da União de Freguesias do Peso e dos Vales do Rio”, informou a entidade promotora, em comunicado, acrescentando que a acção, de âmbito concelhio, decorrerá em parceria com Instituições Particulares de Solidariedade Social.
“O projecto Cuidar em Casa, na sua vertente mais terapêutica, tem como objectivos ajudar a resolver o isolamento físico e social, e combater a evolução de patologias que degradam a qualidade de vida do idoso, acentuam a sua perda de autonomia e antecipam a necessidade de institucionalização. Neste sentido, e com o intuito de mudar comportamentos e políticas sociais, este projecto, pelo seu carácter multidisciplinar, assume um papel fundamental na melhoria da qualidade de vida dos idosos”, acrescentou, na mesma nota, a equipa técnica.
Os responsáveis alertam que se trata de uma faixa etária da população “cuja fase de vida implica uma mudança de papéis e uma vulnerabilidade, que, muitas vezes, tem como consequência o isolamento e a exclusão social”.
