“É tudo para deitar abaixo”. O presidente da Câmara de Belmonte, António Dias Rocha, adiantou na última reunião pública do executivo, que o edificado que hoje existe em frente ao Pavilhão Gimnodesportivo de Caria, vai ser totalmente demolido para ali ser criada habitação colaborativa e comunitária para idosos.
O projeto de arquitetura foi aprovado, por unanimidade, na última reunião do órgão. Trata-se de um projeto orçado em cerca de dois milhões de euros, com a autarquia a ser a promotora, e que terá gestão da Santa Casa da Misericórdia, com quem já foi aprovado um protocolo de colaboração. Em suma, pretende-se criar uma resposta social diferente, assente no conceito de vizinhança em que, na base das relações que se estabelecem entre idosos, uns cuidam dos outros.
O projeto de arquitetura prevê a criação de 30 apartamentos (28 T1, um T2 e um T0), que poderão acolher até 60 idosos. Esta é uma obra que a autarquia candidatou ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e que surgirá no terreno onde está uma estrutura edificada, que foi inicialmente concebida, há mais de duas décadas, para um lar, e que, mais recentemente, em 2019, foi considerado para ali se criar uma Unidade Residencial de Apoio a Doentes com Demência. O projeto, que juntava a Santa Casa da Misericórdia de Belmonte à Mutualista Covilhanense (Covilhã) e Associação de Solidariedade Social de Silvares (Fundão), contemplava a criação de uma estrutura moderna, mas construída de raiz, não sendo aproveitado o edificado já existente. Porém, o mesmo acabou por cair por terra, por não ter sido aprovado em sede de candidatura.
Carlos Afonso, vereador da CDU, disse ficar satisfeito com a medida, mas expressou a mágoa pelo facto de “não ter sido o projeto inicial (apoio a doentes com demência), que iria servir toda a região”.