É apresentado na próxima semana (terça-feira, 17, e quarta, 18), no auditório do Teatro Municipal da Guarda, por parte da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), o Projeto Piloto de Mobilidade Integrada da Beira Interior, que está a ser criado em colaboração com os municípios da Guarda, Belmonte, Covilhã, Fundão e Castelo Branco.
Segundo a AMT, em comunicado, este projeto pretende contribuir “de forma decisiva para a criação de uma solução inovadora, eficiente e sustentável para a mobilidade de pessoas e de bens nesta região de baixa densidade como é o caso da Beira Interior, beneficiando cidadãos e toda a indústria local.”
Um plano que surge depois de, em outubro de 2023, na Covilhã, ter sido realizada a Conferência “Desafios da Mobilidade nos Territórios de Baixa Densidade”, em que “emergiu a necessidade urgente de encontrar soluções inovadoras, eficientes e sustentáveis para a mobilidade nas regiões de baixa densidade, as quais enfrentam desafios totalmente diferentes das áreas metropolitanas.”
Segundo a AMT, em especial nos territórios de baixa densidade, o transporte coletivo regular “tem-se mostrado economicamente inviável, com altos custos operacionais e baixa atratividade. A predominância do transporte individual tem consequências ambientais negativas e contribui para a exclusão social daqueles sem acesso a veículos próprios. Foi consensual a ideia de que é necessário congregar os meios existentes para oferecer respostas inclusivas, acessíveis e satisfatórias às populações e empresas, promovendo a coesão social, económica, ambiental e territorial”.
Por isso, a proposta vai no sentido de “desenvolver um sistema de mobilidade integrado e multimodal, combinando vários modos de transporte, otimizado por sistemas tecnológicos e energias alternativas, em sintonia com o ordenamento do território. Este sistema visa facilitar a utilização dos transportes públicos, reduzindo a necessidade de transporte individual, especialmente em áreas com uma rede de transportes públicos menos densa” explica a AMT.
Segundo o planeamento e os estudos já realizados pela AMT, o Projeto Piloto visará integrar diferentes modos de transporte (ferroviário, rodoviário, mobilidade partilhada e mobilidade ativa), promover a acessibilidade a serviços essenciais (escolas, hospitais, logística urbana), incorporar tecnologias inovadoras para digitalização do planeamento e gestão da mobilidade e capacitar entidades públicas e privadas e sensibilizar a população para as alterações climáticas e a sustentabilidade.
“Este será assim um passo concreto rumo à implementação de um sistema de mobilidade sustentável e integrado na Beira Interior. Pretende-se criar um modelo que possa ser replicado noutras regiões, de baixa densidade ou de ocupação dispersa, contribuindo para a coesão ambiental, social, económica e territorial conforme os objetivos da Agenda 2030 da ONU” garante a AMT.
