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PSD desafia André Reis a colocar lugar de vereador à disposição em Belmonte

O presidente da Junta de Freguesia de Caria, Silvério Quelhas, disse na passada quinta-feira, 30 de Junho, na Assembleia Municipal de Belmonte que a população de Caria não perdoa as últimas declarações do agora vereador independente (eleito nas listas do PSD) André Reis, que é uma pessoa que “não é bem-vinda” à vila.

Na semana anterior, em plena sessão de Câmara, o vereador fez uma declaração política que teve por base a manifestação realizada na vila de Caria para reivindicar a abertura do posto da GNR 24 horas por dia, em que disse que apesar de apoiar a pretensão da Junta, acusou Silvério Quelhas de, formalmente, não ter informado o executivo da Câmara, apontando depois à ausência de autarcas, uma conduta que “se torna desde já repetitiva, pois não é a primeira vez que a Junta de Freguesia de Caria ignora o protocolo da sã convivência e relacionamento institucional entre órgãos autárquicos apontando à posteriori de forma directa ou indirecta à ausência dos membros do executivo camarário. Esta conduta pode ser considerada como tida de má-fé e apenas serve para alimentar vaidades pessoais em detrimento do bem-estar de toda a população de uma Freguesia inteira.” O vereador considerou que “o mesmo se pode dizer da JSD de Belmonte, que desde que tomou posse apenas sabe apontar o dedo.” E disse que neste momento não se identifica com “esta forma de estar na política, não me identifico com esta oposição e não quero ser associado a este tipo de oposição. Portanto, prefiro, ser o vereador independente que vota a favor aquilo que tiver de votar a favor e vota contra aquilo que tiver de votar contra.”

Silvério Quelhas, na quinta-feira, levou à Assembleia algumas “mensagens do povo de Caria” a André Reis. E, citando, lá foi dizendo que as pessoas, por ali, “nunca mais o viram”, que foi esta população que, politicamente o “levou ao colo”, e que, por isso, o vereador tem uma “dívida” para com as pessoas. E acusou Reis de se fazer “passar por vítima”, estando a “pendurar-se na Câmara à procura de algum pelouro”. Recorde-se que na reunião do executivo, André Reis disse a Dias Rocha que se este entendesse atribuir-lhe pelouros, “se entender que seria esse o meu melhor contributo para a prosperidade do concelho, então conte comigo.”

“Ele (André Reis) nada tem a ver com a nossa bancada”

A passagem a vereador independente de André Reis (eleito nas últimas autárquicas pelo PSD) foi mesmo um assunto que prendeu grande parte da reunião da Assembleia. Tiago Gaspar, deputado deste partido, lembrou que pela segunda vez consecutiva o vereador faltou à Assembleia, onde lhe queria dizer “algumas coisas”. “Lamento que não apareça. Mas mesmo não estando, aproveito a mesma via (comunicação social) para lembrar que o tal que apregoava um novo rumo é o mesmo que apoia a rutura financeira da autarquia. O que queria uma auditoria às contas da Câmara é agora o mesmo que quer pelouros. Agora já gosta de ser chamado senhor Correia (termo muitas vezes utilizado por Dias Rocha durante a campanha eleitoral). Ele, nada tem a ver com esta bancada (PSD). E não tenho problema em reconhecer que me enganei a seu respeito. Que faça um favor ao concelho: quando sair, não volte. E abdique do lugar em favor da Ana Louro (terceira da lista), que merece muito mais”.

“É problema vosso” responde Dias Rocha

Dias Rocha, depois de ouvir as críticas ao vereador independente, lembrou que André Reis “foi o vosso cabeça-de-lista nas últimas autárquicas” e que, por isso, “é problema vosso”.

Sem dizer se tem intenção, ou não, de lhe atribuir pelouros, o presidente da Câmara de Belmonte disse que Reis “tem sido coerente” nos actos e decisões que toma no seio do executivo”, cometendo mesmo a “gaffe” de dizer que o PSD, na Assembleia, “tem oito elementos e no executivo não tem nenhum. É culpa do António Rocha? Não, é culpa do PSD”. O autarca acabou por esquecer que José Mariano foi eleito pelos “laranjas” no seio do executivo, pedindo depois desculpas pelo lapso.

André Reis diz que mandatos são “pessoais” e “para cumprir”

Em comunicado, André Reis já rebateu as críticas de que foi alvo, e sobre a hipótese de de abdicar do lugar de vereador, lembra que “os mandatos são para cumprir” e que os mandatos autárquicos “são pessoais, não são da titularidade dos partidos”. André Reis considera que, para além de respeito institucional, nada deve ao PSD.

Reis considera ainda que o presidente da Junta de Freguesia de Caria, Silvério Quelhas, é “uma pessoa extremamente trabalhadora, mas sem qualquer experiência política” e foi “uma escolha pessoal do tão criticado vereador André Reis”.  Na opinião do vereador “todos estes burburinhos e ataques visam criar uma cisão, cada vez maior entre Caria e Belmonte e tal pretensão é, no mínimo, ridícula e no limite, criminosa

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