A Associação Distrital dos Agricultores de Castelo Branco (ADACB) diz que, este ano, face a “condições climatéricas adversas” há uma quebra “acentuada” na produção de cereja e pêssego.
Em comunicado, a associação frisa que a situação é “tanto mais grave” porque são já três anos consecutivos de quebras de produção. “Também os produtores pecuários atravessam grandes dificuldades devido ao estrangulamento do mercado com importações desnecessárias que limitam os preços na produção” frisa.
A ADACB lembra também que as condições de escoamento dos produtos e de preços à produção continuam a ser a grande dificuldade dos produtores. “Os hipermercados, com uma posição prepotente e hegemónica, exercem uma forte pressão, promovendo as importações desnecessárias, esmagando em baixa os preços à produção e especulando com os consumidores. O preço dos produtos nas prateleiras do comércio não baixa e os agricultores continuam a ser o elo mais fraco da cadeia agro-alimentar” frisa, exigindo uma intervenção do Governo para garantir o escoamento “a preços justos” para a produção nacional, “salvaguardando os rendimentos e a viabilidade económica das explorações agrícolas”
A Associação distrital pede ao Governo medidas de regulação do mercado que garantam “preços compensadores à produção”, o fim da “ditadura da grande distribuição com regulação e fiscalização da sua atividade”, a limitação e controlo das importações “desenfreadas e desnecessárias” e a implementação de um programa de compras públicas de produtos locais e da agricultura familiar “que dinamizem os circuitos curtos agro-alimentares como os mercados locais e o abastecimento das cantinas.”
Para a ADACB é preciso combater a especulação nos preços dos factores de produção, nomeadamente com a regulação dos preços de energia e combustíveis, o aumento dos descontos no gasóleo e eletricidade verde e a regulação do mercado e dos preços dos fertilizantes, fitofármacos, sementes e alimentação animal.
Esta entidade analisou ainda a campanha de subsídios/PEPAC que está a decorrer neste momento e considera que o Governo, “tal como nos anos anteriores, deve decidir o prolongamento do prazo do período de apresentação do Pedido Único (PU) da Campanha 2024 de forma a que seja possível fazer todas as candidaturas sem que os agricultores sejam penalizados.”