Costumam os ditados populares ilustrar algumas realidades. E na bola, o “quem não marca, sofre”, ou “quem não mata, morre”, aplica-se na perfeição ao desempenho do Sporting da Covilhã, na passada sexta-feira, no Restelo, no jogo que abriu a 14ª jornada da série B da Liga 3. Os serranos, até aos 75 minutos, foram muito superiores ao adversário, tiveram uma vantagem de dois golos, podiam ter feito o terceiro, mas acabaram por sofrer o empate (2-2) no último segundo dos cinco minutos de descontos que tinham sido dados pelo árbitro da partida.
Na primeira parte, o leão da Serra esteve sempre por cima do jogo. Aos 11 minutos, fez a primeira ameaça, mas Dener, após bola “penteada” por Lucas Duarte, em boa posição, atirou por cima. O Belenenses apenas um remate fez à baliza, aos 19, por Camilo Triana, para defesa segura de João Gonçalo. Dois minutos depois, os serranos marcaram. Boa jogada pela direita, cruzamento rasteiro de Filipe Maio e Gui Paula, na área, de primeira, e pé direito, a bater David Grilo pela primeira vez. O segundo, não tardou muito. Aos 33 minutos, um canto a favor dos azuis do Restelo, foi transformado num contra-ataque, de dois para um, em que Lucas Duarte “galgou” muitos metros com a bola, e fora da área atirou uma “bomba” que só parou no fundo das redes.
O Covilhã tinha uma vantagem confortável, dominava e controlava a partida, e a partir daí, passou a ser displicente. E pagou caro por isso. Aos 41 minutos, Lucas Duarte, na área, bem desmarcado por Dener, em boa posição, desperdiçou, atirando ao lado, e no recomeço da partida, após o intervalo, aos 46, foi a vez de Dener ficar isolado na cara de David Grilo, após excelente passe de Lucas Duarte, e falhar, de forma quase escandalosa, o terceiro golo dos serranos.
É certo que, até aos 75 minutos, o Covilhã teve o jogo mais que controlado. Mas as mexidas feitas numa e outra equipa, a partir daí, deram mais vida à equipa da Cruz de Cristo. E foram precisamente jogadores que entraram no xadrez de José Sousa que construíram o 2-1. Aos 80 minutos. Boa triangulação, bola na direita no recém-entrado Diogo Brasido, cruzamento rasteiro e Diogo Leitão, também um dos “novos” no onze, a encostar para o fundo da baliza. Apesar do golo, o Covilhã não tremeu, manteve-se coeso, mas os azuis do Restelo passaram a jogar cada vez mais direto, embora sem criarem perigo. Até que, no último dos cinco minutos de descontos, uma falta muito duvidosa, a meio do meio-campo serrano, deu origem a um livre, em que a bola foi enviada para a área, para uma primeira defesa incompleta de João Gonçalo, andou por lá sem que alguém a conseguisse tirar, e num pontapé feliz, Camilo Triana atirou à baliza, com a bola a desviar no central serrano David Santos, e a trair João Gonçalo.
Um empate injusto, penalizador, para a melhor equipa em campo. Agora, o Covilhã, sétimo, está a sete pontos do quarto lugar, que dá acesso à fase de subida. “A vitória relançava a equipa. As coisas matematicamente, não estão ainda decididas, agora ficou tudo muito mais difícil” reconhece o técnico, Francisco Chaló. Resta aos serranos ganhar os quatro jogos que faltam, e esperar por deslizes de outros. O calendário, até é favorável: receção ao último, Lusitânia (4 jan), ao Atlético (12 jan), ida a Oliveira do Hospital (18) e receção ao União de Santarém (25).