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Quem, quando, como?

Damos conta de que a cada momento o mundo se transforma num imenso labirinto sem saídas

Faço girar o globo como se uma roda da sorte se tratasse, fecho os olhos, e aponto para uma qualquer representação geográfica da grande bola mundial. Pode parecer um jogo, mas é muito mais do que isso. Trata-se de uma acção de prevenção. Começou pela eventualidade de vivermos uma guerra em nossa casa, da instabilidade tomar conta desta Europa que mal nos chega, de sermos invadidos, e de termos de pegar na trouxa e zarpar. Para onde iria cada um de nós?! Na primeira tentativa o indicador tocou na América do Sul. Lá está, senti a ponta da unha a roçar Buenos Aires. Ui… que diabo me haveria de acontecer, logo hoje que os pobres dos argentinos já com pouco que comer, arriscam uma longa e penosa jornada em que não vão poder dizer que têm fome. Não vá a polícia cair-lhes em cima. Não, não é por aí que lá vamos. O melhor é rodar de novo a tômbola das hipóteses, e tentar encontrar um sítio onde direitos, liberdades e garantias possam ser preservados.

Para onde quer que nos viremos à procura de uma nesga de território saudável, damos conta de que a cada momento o mundo se transforma num imenso labirinto sem saídas. Roda a bola dos fracos estados. Aponto o dedo, agora o do meio, rogo pragas a este continente, e imagino-me longe, bem longe… toldado por estes pensamentos, dou de caras com o fim de uma curta viagem no mapa das inevitabilidades. Brasil. Afinal é para aqui, para este imenso Portugal, que partimos quando queremos cumprir o nosso ideal? Não! Falo comigo e digo, isso era dantes. Então se os brasileiros fogem de lá como diabo da cruz, de um país pobre e violento, e rumam ao outro lado do Atlântico atracando num país de duvidosa riqueza, mas sem dúvida muito menos violento, porque diabo havemos nós de lá parar? Azar, só pode ser, dois tiros e chumbo no mar. Vamos pôr o mundo a girar. De novo. Agora é que vai ser, qual optimista irritante dou por mim a acreditar.

Cerro a vista, nova viagem, nova corrida, e aponto. Sinto um formigueiro na ponta do mindinho, e imaginem, estou nos States. Bah… admiração, indiferença ou irritação, mas não. Também não, já lá vai o tempo do “americam dream”, hoje aquilo não passa de um barril de pólvora, pronto a explodir sempre que cada um dos americanos sai de casa de arma em punho. Rola a bola, lá está a rolar, algum país hei-de encontrar. E então não é que isto me haveria de calhar, agora até foi de polegar, e o mundo ao parar, parou num pequeno país rodeado de água por todos os lados, menos por um. Daquele lado nada de bom se prepara, e do lado de cá, temos um adversário na ilharga, é bom que não o deixemos passar se aqui pretendemos continuar. Rola a bola, é o mundo a girar.

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