“Quero um concelho melhor para viver, investir, trabalhar e usufruir”

Miguel Gavinhos, 48 anos, 16 deles como vereador, e 14 como vice de Paulo Fernandes, garante que o Fundão está mudado, para melhor. É terra de oportunidades, mas um projeto inacabado

Após muitos anos de vereador, porque se candidata a presidente de Câmara?

Sinto a devoção de devolver à minha terra tudo o que ela já me deu. Faço-o com enorme espírito de missão e compromisso. A pensar nas pessoas e sobretudo naquilo que quero continuar a dar à minha terra. Não sou candidato contra ninguém. Vou liderar um projeto assente em ideias, com as pessoas e o Fundão à frente. E vou naturalmente colocar ao serviço toda a experiência autárquica que adquiri ao longo de mais de uma década e meia no executivo da Câmara.

A herança deixada por Paulo Fernandes é pesada?

Paulo Fernandes liderou a Câmara do Fundão pelo PSD nos últimos 14 anos num executivo de que fiz parte. Considero que a herança que a atual câmara deixa coloca o ponto de partida do próximo executivo num patamar elevado de ambição, tanto ao nível da sustentabilidade social, quanto económica e ambiental. O projeto de desenvolvimento do Fundão é amplamente reconhecido à escala regional, nacional e internacional, mas precisa, naturalmente, de ser renovado. Enfrentamos, hoje, novos desafios e precisamos de os encarar com determinação, competência e compromisso, em especial nas áreas da habitação, da saúde, do desenvolvimento urbano e rural, de construir novos estímulos de atratividade económica e social, e de revitalizar o sentido de pertença ao Fundão e o compromisso de trabalharmos todos para o mesmo fim, o de construirmos um concelho melhor para viver, investir, trabalhar e usufruir de um território ímpar na região e no país.

Haver dois ex-vereadores a concorrer é sinal de divisão no executivo?

É sinal de que existem diferentes níveis de compromisso com os projetos de desenvolvimento a longo prazo. O caminho que o PSD iniciou há mais de duas décadas para conduzir o concelho rumo a um futuro mais próspero e inclusivo precisa de ser continuado. Como tal, o projeto que represento, ampla e inequivocamente legitimado nas bases, tem que ser continuado e tem de continuar a agregar as forças vivas do concelho em torno dos desafios que temos agora de superar. E só o conseguiremos fazer se estivermos unidos em torno de um projeto político que alia à experiência e ao conhecimento profundo da realidade uma nova energia e uma renovada capacidade de trabalho e espírito de missão. É a isso que me proponho e considero que todos os projetos para lá desta candidatura nasceram ou de escolhas dos diferentes partidos ou de opções e vontades individuais.

O que considera que ainda falta fazer?

Há, aos olhos de todos, um antes e um depois no concelho do Fundão. Iniciámos o século XXI com uma vaga de infraestruturação, evoluímos para um ciclo de inovação e a atração de empresas, e somos hoje uma verdadeira terra de oportunidades. Somos, por isso, um projeto inacabado. E é essa visão reformista que queremos continuar a prosseguir, nomeadamente nas áreas da saúde, na habitação, nos transportes, na área social, na educação, na inovação, na atração de investimento, no turismo, no ambiente, na agricultura, nas florestas, nas novas políticas de cidade, e em tantos outros domínios, sempre valorizando a relação plena e de parceria e compromisso com as juntas de freguesia e, sobretudo, com os fundanenses.

Que prioridades tem para desenvolver o concelho?

Atrair e fixar mais gente, criar condições para que os jovens não saiam, criar condições e novos propósitos para quem aqui quer viver, trabalhar, investir e construir família. Isso exige uma visão integrada do futuro e um conjunto de projetos e medidas para a concretizar. De entre elas destaco a criação de uma rede de transportes urbanos gratuitos na cidade com ligação à zona industrial, a requalificação da Avenida da Liberdade, como a base da transformação urbana que queremos para a cidade, mais cosmopolita. Concluir a requalificação do Cineteatro Gardunha, enquanto polo central da oferta cultural da cidade. Criar 200 novos fogos de habitação a custos controlados e de renda acessível, direcionados prioritariamente aos jovens. Alargar e melhorar as respostas da rede de cuidados primários. Reforçar o apoio público ao alargamento da rede social de centros de dia e à criação de camas em lar e de cuidados continuados, a par da implementação de novos programas de apoio à população idosa e de combate ao isolamento. Concretizar a Operação Integrada de Gestão da Paisagem aprovada no concelho e implementar um programa de ordenamento e valorização da floresta, com foco no estímulo ao investimento agroflorestal e na construção de uma paisagem mais resiliente. Construir o Regadio da Zona Sul da Gardunha. Robustecer as capacidades da Proteção Civil Municipal com reforço de maquinaria pesada e dotar as freguesias de equipamentos de primeira intervenção. Criar uma grande feira de atividades económicas do concelho com um cartaz cultural de dimensão regional e nacional. Consolidar a marca Fundão a partir da diversidade das suas marcas mais distintivas, como a Cereja do Fundão, a Serra da Gardunha, as Aldeias do Xisto ou Históricas. Criar um Centro da Juventude, inspirado no modelo STARTS – um Hub de Ciência, Tecnologia e Artes – para acolher residências científicas e artísticas, projetos colaborativos e parcerias internacionais. Construir uma residência de estudantes focada na atração de alunos do ensino superior, e novos equipamentos desportivos de acesso livre. Alargar e conectar a rede de espaço de coworking do concelho. Criar um programa de Revitalização da Zona Antiga do Fundão, através do estímulo às atividades económicas existentes e da atração de novas atividades comerciais e de serviços. E como a cooperação regional é a base da coesão, queremos criar um metro de superfície de ligação regular na Cova da Beira, desenvolver uma oferta cultural conjunta e articulada com as cidades da Beira Interior, apoiar a criação e o acolhimento artístico, para estabelecer uma rede de oferta que interligue as cidades, vilas e aldeias com programação diversificada. Queremos, também, aprofundar a cooperação no seio da CIM Beiras e Serra da Estrela, Associação de Municípios (AMCB) e das Redes de Aldeias do Xisto, Históricas e de Montanha.

Se perder, assume lugar de vereador?

Sou candidato a presidente da Câmara. Estou convencido que são essas as funções que irei desempenhar ao lado de uma equipa renovada, profundamente motivada e comprometida com os desafios futuros do Fundão. Apelo, por isso, ao Fundão para que nos dê uma maioria capaz de continuar a governar com estabilidade e espírito reformista.

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