“A questão dos apoios partidários não é uma prioridade neste momento”. É esta a garantia deixada ao NC pelo deputado municipal António Cardoso Marques, que na semana passada anunciou a sua disponibilidade para encabeçar uma candidatura à presidência da Câmara de Belmonte.
O líder da bancada do PSD na assembleia municipal é apontado como a escolha da distrital do partido para a Câmara, depois desta ter chumbado o nome escolhido pela concelhia, Germano Fernandes, mas para já não confirma. “A minha disponibilidade foi pública, dada a conhecer a toda a gente, a pessoas de diversos quadrantes políticos. A minha maior preocupação nesta fase é avaliar se tenho condições para avançar para uma candidatura. Ver se consigo reunir uma equipa que seja séria, competente, trabalhadora e íntegra” frisa António Cardoso Marques. Confrontado pelo NC com um possível apoio da distrital do PSD, o deputado afirma que “se tiver esse convite, irei ponderar”. António Cardoso Marques assegura ainda que “não tenho a ambição de ser presidente de Câmara a todo o custo”.
Na semana passada, António Cardoso Marques anunciou nas redes sociais estar “disponível”, numa decisão que classifica de “pessoal, autónoma e desinteressada”, e com o “compromisso, responsabilidade e vontade de fazer diferente, aportando uma nova energia e uma nova ambição ao concelho de Belmonte”. O deputado do PSD adiantava ainda só ter agora decidido face a compromissos da sua vida profissional que não lhe permitiam, antes, tomar esta decisão, uma vez que é docente da UBI.
Dias antes, a distrital do PSD, em comunicado, revelava que a candidatura de Germano Fernandes a este concelho não fora aprovada porque a mesma “havia merecido parecer negativo expresso pela maioria dos militantes que participaram na assembleia da respetiva secção.” O presidente da concelhia social-democrata, Olivier Soares, que, entretanto, já se demitiu do cargo, desafiou a distrital a apresentar qual a estratégia desenhada para as próximas autárquicas no concelho. Numa carta aberta enviada aos órgãos social-democratas, Soares mostrou-se desagradado com o chumbo do nome de Germano Fernandes, a escolha feita pela comissão política concelhia em março deste ano, e criticou a distrital por, durante dois meses, não ter desenvolvido “qualquer iniciativa, analise e decisão positiva ou negativa da proposta apresentada, um caso único a nível nacional”.
Apesar de reconhecer que Germano Fernandes teve parecer negativo da assembleia de militantes, Olivier Soares recordou que é à comissão política, “de acordo com os estatutos do PSD, que compete a indigitação dos candidatos”. O responsável adiantou ainda que em conversas com Manuel Frexes, líder da distrital, o nome de António Cardoso Marques tinha sido apresentado como “possível candidato”, mas o mesmo teria referido que não abdicaria de acumular a função autárquica com a de docente da UBI, e que “não aceitava perder rendimento”. Olivier Soares considerou ainda que a distrital foi “desrespeitosa com a secção e sobretudo para com o candidato proposto, que está a ser cozido em lume brando”. Situações que “prejudicam a imagem das pessoas envolvidas, Belmonte e o PSD”. Após se demitir do cargo, Olivier Soares disse que qualquer resultado negativo do PSD nas autárquicas em Belmonte não poderá ser imputado à concelhia.
Também Germano Fernandes enviou missiva à distrital social-democrata, que acusa de o ter desconsiderado “pessoal e politicamente”, criticou o silêncio do órgão desde março, altura em que o seu nome foi escolhido pela concelhia. Uma escolha votada de “forma democrática, clara e transparente”, garante.
Confrontado com as críticas de Olivier Soares a todo este processo, António Cardoso Marques recusa participar em “todo o ruído”, entretanto criado. “Não tenho nada a comentar sobre isso” diz. Ao NC, o deputado municipal garante que, se avançar, e caso seja eleito presidente de Câmara, “estarei em exclusividade em funções autárquicas”.