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Radar Social de Manteigas na Junta de Santa Maria

Autarquia paga uma renda de 200 euros mensais, com verbas afetas ao PRR

O executivo da Câmara de Manteigas aprovou na passada semana o compromisso plurianual referente ao arrendamento de um espaço onde vai sediar o projeto “Radar Social”, que pretende fazer o diagnóstico social do concelho e que foi criado ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O programa ficará sediado na Junta de Freguesia de Santa Maria, a quem a Câmara pagará uma renda mensal de 200 euros.

“O edifício da Câmara é pequeno para acolher ainda mais este programa. A Junta tem um espaço que pode acolhê-lo e onde pode ficar sediado, posteriormente, o CLDS (Contrato Local de Desenvolvimento Social). É um compromisso de 18 meses, com valor mensal de 200 euros” afirma o presidente da Câmara, Flávio Massano.

Por parte da oposição, o vereador do PSD, Nuno Soares, questionou qual o critério para escolha desta junta e sugeriu outros espaços da autarquia, como o Ninho de Empresas, o Espaço Internet ou mesmo o Centro Social de Sameiro, cujo o edifício é camarário. “Nada me move contra esta escolha, porque decerto a junta irá aplicar bem o dinheiro da renda. Mas gostava de perceber o critério” disse o social-democrata.

Flávio Massano explicou que o projeto, uma vez que é de âmbito social, “deve estar num espaço central, de proximidade, onde as pessoas se possam dirigir, ir a pé”, condições que o espaço da Junta reúne, ao contrário, por exemplo, do Ninho de Empresas, mais limítrofe, ou Sameiro. Já o Espaço Internet, assegura, é um projeto para abrir brevemente. Flávio Massano lembrou ainda que a autarquia não gasta um cêntimo, uma vez que o pagamento da renda é algo que está contemplado nas verbas a receber do PRR. “Se tudo correr bem, o Radar Social inicia-se na próxima (esta) semana” disse.

Recorde-se que este programa foi já anunciado em setembro do ano passado, também durante uma reunião do executivo, altura em que Massano disse que iam avançar os procedimentos para a contratação de uma equipa de três técnicos superiores (de gestão, psicologia e sociologia) que iria “desenhar”, num trabalho de 27 meses, qual a situação social do concelho. As verbas para contratação destas pessoas (que já estão escolhidas) não seriam diretamente pagas pela Câmara, disse o autarca, mas sim por verbas do PRR. “Não ficam nos quadros da autarquia” garantiu, anunciando que dos três técnicos, um é contratado por 27 meses, dois por 21.

Este é um programa ao qual Manteigas adere, decorrente da intenção do Governo em fazer um retrato do mapa das situações de vulnerabilidade social. O executivo desafiou as autarquias a candidatarem-se às verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para criar as equipas permanentes, o “Radar Social”, que irão localizar os casos de idosos, pessoas com deficiência ou com dificuldades financeiras graves a quem possam ser dadas respostas sociais. O projeto prevê a criação de 278 equipas permanentes a trabalhar em rede nas autarquias de todo o país. E há uma verba total, a aplicar nos municípios, de mais de 60 milhões de euros.

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