Uma “vitória da persistência, do diálogo e da negociação”. É assim que a Inter-Reformados, a União de Sindicatos de Castelo Branco (USCB) e a Associação de Reformados classifica o anúncio feito na passada quinta-feira, 25, na sessão solene das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, pelo presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, de que os preços dos passes sociais para utentes do cartão social municipal vão ter um desconto maior.

“Quem até agora tinha direito a um desconto de 50% na compra do passe ou de bilhetes, passa a usufruir de 75%, o que se traduz numa redução do preço final” o que “será um apoio fundamental para os beneficiários que são essencialmente os mais idosos e as famílias com menos possibilidades” garante o autarca.

A partir de 1 de junho, os utentes terão um desconto maior para usufruírem de transportes públicos urbanos, um anúncio que estas três entidades veem com “satisfação”, e que vai de encontro a reivindicações já apresentadas à autarquia. Em comunicado, apesar de aplaudirem a medida, estas entidades dizem que o objetivo da Inter-Reformados é a gratuitidade dos transportes públicos para reformados, o que acreditam ainda possa ocorrer no atual mandato de Vítor Pereira.

Este foi, de resto, o anúncio maior de uma sessão solene em que o autarca lembrou a importância do poder local para cumprir os objetivos de Abril, e em que mostrou compromisso em trabalhar para construir “um concelho e cidade melhor”. Vítor Pereira lembrou obras já realizadas, como o Teatro Municipal outras em curso, como a requalificação da estrada entre o Ourondo e Casegas ou pavilhão do INATEL, e outras que ainda quer começar, como a requalificação da piscina municipal, o museu da Tinturaria ou requalificação da Escola Campos Melo.

Garantido uma aposta em áreas como a saúde, segurança ou educação, Vítor Pereira também sublinhou o empenho em realizar a nova barragem das Cortes, e de “cumprir” uma promessa, que é a redução da fatura de água no concelho. “Prometi e não esqueci. E, devo aqui dizer-vos, que não é por falta de vontade ou empenho que ainda não conseguimos alcançar esse desígnio” garante o presidente da Câmara da Covilhã, que afirma que o executivo tem percorrido um caminho difícil, “o das pedras”, mas que por mais obstáculos que se coloquem “não desistiremos”.

Do lado dos diversos partidos, a tónica dominante foram os perigos que se colocam aos ideais de Abril, com o crescimento dos “populismos” e de partidos de extrema-direita.

Fernando Pinheiro, da coligação “A Covilhã tem força”, lembrou que um Portugal em liberdade é “ainda um projeto em construção” e pediu uma alteração do sistema eleitoral, para combater também a abstenção, com a máxima de que nenhum voto se perca e todos sejam convertidos em mandatos. Marco Gabriel, do PCP, disse que os problemas e injustiças atuais “não se resolvem mudando a Constituição, mas com a alteração das políticas que a deturpam”. Joana Rocha, do CDS-PP, falou no chamado “voto de protesto” do povo “contra o sistema partidário” que acaba depositado em “quem, quiçá, noutras circunstâncias menos desalentadas, não seria merecedor do seu voto.” Hugo Lopes, do PSD, falou das “50 ameaças ao dia de hoje” e Hélio Fazendeiro, do PS, recordou que hoje se vivem “tempos sombrios e muito estranhos, de guerra, intolerância, violência, individualismo e de ódio injustificado.”

Já o presidente da Assembleia, João Casteleiro, apelou às gerações mais novas para que continuem a “concretizar o sonho” de Abril.