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Reformados pedem pensões mais altas e transportes gratuitos

Há quem viva com 300 euros mensais. Reformados chamam a atenção para as dificuldades, num encontro que os fez sair de casa

“Precisávamos muito mais de apoio. Está à vista de todos. Há reformados que ganham 300 euros de reforma, como é o meu caso”. Quem o diz é António Salvado, 78 anos, que esteve presente, no último sábado, 14, no 24º Convívio da Inter-reformados que se realizou no Jardim Público.  António já é presença assídua. “Venho todos os anos porque gosto de estar aqui. Estou reformado, faço parte da malta, gosto do convívio”, considera.

Sentada numa cadeira, enquanto ouve as concertinas tocarem, está Dulce Costa, 63, que explica que o encontro foi o que a fez sair de casa. “Vim para sair de casa e ter um dia diferente”, explica a senhora, que considera que “tudo faz falta”.  Dulce explica que já é habitual ir ao encontro, porque este também chama a atenção para as dificuldades com que os reformados vivem.

Teresa Salgueiro, de 63 anos, pertence à Inter-Reformados e acredita que faz falta aos mais velhos terem “mais condições monetárias”, lembrando que este tipo de reunião “faz muito bem, porque ajuda muito a cabeça”.  “Às vezes só se pensa que o custo de vida sobe e os salários mínimos aumentam e esquecem-se um bocado que as pensões não aumentam como os salários”, relembra Teresa.

“Os reformados da nossa região têm pensões muito baixas, porque baixos foram os seus salários durante uma vida inteira de trabalho”, afirma Luís Garra, presidente da Inter-Reformados. “Se associarmos a isto o aumento desmensurado do custo de vida, onde os bens de primeira necessidade aumentaram mais do que todos os outros, desde alimentação, medicamentos e transportes, estamos a falar de um conjunto de aspetos que são essenciais à vida dos reformados”, enumera.

Durante o encontro foram pedidas melhores condições de vida, o aumento das reformas e pensões e a gratuitidade dos transportes públicos. “As pensões têm de subir mais do que está anunciado. As Câmaras da Covilhã, do Fundão e de Belmonte têm de implementar a gratuitidade dos transportes públicos aos reformados”, pede Luís Garra, comparando com cidades como Lisboa e Castelo Branco, onde essa medida já foi implementada.  “Não existe na Cova da Beira e, portanto, tem de haver. É uma ajuda porque é um peso no seu rendimento, mas também tem uma função social: o combate à solidão e ao isolamento. O reformado tem tendência a ficar no seu cantinho. Se os custos dos transportes os impedem de sair, a gratuitidade facilitará o convívio com outras pessoas”, continua o presidente da Inter-Reformados.

Sérgio Santos, coordenador da União de Sindicatos de Castelo Branco, recorda os aumentos na habitação, nos transportes ou na alimentação, dando como exemplo a Covilhã. “Os preços dos transportes, na Covilhã, são exorbitantes. E não há um apoio para que esta gente possa sobreviver. Já não se trata de viver. Aqui no interior sobrevive-se”, vinca.

O coordenador acrescenta que o facto de “estarmos no Interior faz com que os nossos idosos sejam mais desprotegidos. São mais isolados, não têm tanto apoio como nas grandes cidades”.

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