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Refugiense: a casa onde os sócios encontraram o conforto que não tinham

Agremiação é hoje o ponto de encontro dos cerca de 500 sócios, mas a “falta de apoios” dificulta dinamização da mesma, segundo o presidente José Espírito Santo

“Neste momento frequento com toda a amizade a coletividade”, diz António Pinto, 59 anos, enquanto joga snooker com o filho, Dani Pinto, 25 anos, no Grupo Recreativo Refugiense (GRR).

Criado a 14 de julho de 1961, o Grupo do Refúgio, originário de matriz operária, surgiu de modo a colmatar “todas as inexistências que havia no que diz respeito a algum conforto que era promovido e que era necessário ser apresentado e fornecido aos associados”, devido à falta de condições habitacionais à época, refere José Augusto Espírito Santo, presidente da agremiação.  “Alguém me dizia há relativamente pouco tempo que antes da coletividade abrir, tinha de ir fazer as necessidades à zona da ribeira, o que não seria nada agradável, mas até ao 25 de abril as coisas funcionavam muito assim”, conta.

Como função recreativa, o GRR tinha várias atividades em que os sócios podiam participar. Festas de passagem de ano, bailes de Carnaval, sessões de cinema, entre outros, eram algumas das ofertas. Além disso, era comum a coletividade apoiar monetariamente os funerais dos sócios que falecessem.  “Pelas características do seu surgimento [coletividade], felizmente e infelizmente, deixou de ter algum protagonismo”, explica José Espírito Santo aludindo à maior qualidade de vida que começou a existir a partir dos anos 80. “As pessoas agora têm internet, redes sociais, algum conforto, não precisam de os procurar aqui” afirma.

Na presidência da direção desde 2014 com um interregno pelo meio, José Espírito Santo lembra o trabalho feito nos últimos anos, sublinhando a coorganização do Campeonato do Mundo de Pesca à Pluma, em 2017, realizada na região; os jantares recreativos e também cafés literários promovidos pela Câmara da Covilhã.

Apesar de situado numa área demograficamente vasta, o Refugiense depara-se com uma realidade de falta de associados e de frequentadores nas atividades promovidas, segundo o dirigente associativo que diz que a pandemia foi “um duro golpe” para a coletividade. “Quebrou rotinas, mas agora está a começar a recuperar”, frisa.

Em conversa com o NC, o presidente elencou várias dificuldades pela qual o clube está a passar, nomeadamente a falta de apoios e reconhecimento por parte da câmara. José Espírito Santo revela que havia a possibilidade de organização de “grandes eventos” de pesca desportiva na região, uma vez que é praticante da modalidade, mas a “falta de apoio” por parte do executivo camarário não levou à concretização.  O dirigente também lamenta a falta de apoio monetário, “nem que simbolicamente”, para a realização de mais iniciativas.

A reaproximação da coletividade ao Rancho Folclórico do Refúgio, separação que aconteceu em 2012, era uma possibilidade que o dirigente via com bons olhos. “Acho que a separação foi um tiro do pé dos dois lados. A separação fragilizou a origem, que foi o Refugiense, e não melhorou a nova associação, que é o Rancho Folclórico. Temos condições maravilhosas para ensaios e eles provavelmente terão alguma dificuldade nesse sentido”, considera.

Um dos cerca de 500 sócios da agremiação é Mário Monteiro, 68 anos. Sócio há quase 40 anos, conta que se fez sócio depois de ser ter mudado para o Refúgio e que fez parte da equipa de atletismo. Hoje, vai à coletividade “quase diariamente” para ler jornais ou fazer uma partida de snooker.

Já António Pinto, além de sócio, foi também dirigente, cargo que deixou quando emigrou. António afirma que a sua ligação à coletividade começou com o facto de morar próximo da associação e também pelos filhos terem frequentado a escola do Refúgio, situada em frente ao Grupo. “Depois fiquei com a ligação às pessoas excecionais”, diz, acrescentado que a agremiação é um “ponto de encontro para jogar às cartas, snooker e beber um copo de amizade com as pessoas, que também é muito importante”.

O filho, Dani Pinto, afirma não ser sócio, mas que “de garoto” ia jogar matraquilhos para a associação e que atualmente costuma ir jogar com o pai.

Atualmente o Grupo do Refúgio conta com aulas de ginástica e zumba. Aos sábados a catequese também utiliza o espaço. Caminhadas são igualmente uma das atividades promovidas.

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