A Câmara do Fundão vai requalificar mais uma ala do Centro para as Migrações, a funcionar no antigo edifício do Seminário, que vai permitir acolher no espaço mais 32 a 35 pessoas em 24 quartos.
O anúncio do procedimento para a segunda fase de alteração do edifício foi feito no dia 17 em Diário da República e prevê um investimento global de 634 mil euros, com uma comparticipação de 75% no âmbito de uma das várias candidaturas feitas ao Fundo para o Asilo, a Migração e a Integração (FAMI).
Segundo Alcina Cerdeira, a vereadora com o pelouro da Ação Social, Inclusão e Igualdade, a requalificação de uma nova ala “muito degradada” do Seminário “aumenta a capacidade de resposta” do município ao acolhimento de migrantes, num espaço onde atualmente residem cerca de 250 pessoas.
A autarca informou que o período de entrega de propostas decorre até 18 de dezembro e, se tudo correr normalmente, é expectável que a obra possa ser adjudicada até ao final do ano. A intervenção prevê um período de execução de 240 dias.
Alcina Cerdeira realçou que a primeira fase, que implicou a requalificação de uma outra ala, no valor de 900 mil euros, também com o apoio do FAMI, tornou possível receber cerca de cem pessoas oriundas da Ucrânia, várias já a fazer a sua vida de forma autónoma e “a contribuir com o seu emprego”.
A vereadora sublinha que o investimento se enquadra na política da Câmara do Fundão enquanto “terra de acolhimento” e que, além “da perspetiva humanitária”, tem também presente a “necessidade de mão de obra” na região em várias áreas, nomeadamente no terceiro setor e na hotelaria.
Alcina Cerdeira frisa que ao concelho, onde há residentes de 70 nacionalidades, têm chegado também pessoas “altamente qualificadas” e outras que têm sido integradas, acompanhadas e capacitadas em áreas no domínio dos trabalhos agrícolas.
“Esta nova ala vem aumentar a nossa capacidade de resposta e o nosso objetivo é continuar a acolher”, realça a vereadora com o pelouro, que alerta para o índice de envelhecimento do concelho de 328 e a perda de população, assim como a importância de receber novos residentes que ajudem a tornar o território mais competitivo.
O Centro de Migrações do Fundão contempla uma residência para requerentes de asilo e para refugiados, por onde já passaram cerca de 300 pessoas, uma residência para alunos estrangeiros, a maioria alunos da Escola Profissional do Fundão, e uma residência para trabalhadores temporários, com capacidade para cem a 120 pessoas.
Alcina Cerdeira vinca a preocupação da Câmara do Fundão em “continuar a acolher”, acompanhar esses migrantes, através de uma equipa multidisciplinar, que ajuda na integração e processo de autonomização, assim como em “capacitar” quem chega e fazer com que essas pessoas “se fixem cá”.