Foi um Samuel Barata algo desiludido, mas consciente de que o nível era altíssimo, aquele que no passado sábado, em Paris, aos microfones da RTP, reconheceu que o 48º lugar na maratona, na sua estreia nos Jogos Olímpicos, “não foi bom”.

“Infelizmente, fui cauteloso demais” disse o atleta de 31 anos, natural da Bouça, Cortes do Meio (Covilhã), que mais tarde, nas redes sociais, disse que “não há desculpas”. “O nível está muito alto, é preciso treinar mais, apostar mais e acreditar mais” disse.

No final da sua estreia, na zona do Trocadero, onde a prova terminou, Samuel Barata admitiu que a estratégia delineada falhou. “Queria, na parte final da prova, subir na classificação. Não foi possível, o nível está muito alto, tinha que arriscar mais, mas não deu. Estudei bem o percurso e a minha capacidade física, queria correr na casa das duas horas e 11 minutos, era espectacular, fiz 2h13’23”, mas mesmo assim, não deu para fazer uma classificação como eu queria. Estou satisfeito, mas não estou satisfeito, porque a classificação é má. Temos de assumir, mas vamos continuar a trabalhar para daqui a quatro anos. Vou cá estar, com mais experiência e mais forças nas pernas, para fazer melhor lugar. Ter sido atleta olímpico é um feito. É o ponto mais alto da minha carreira”, disse o atleta que em Portugal representa o Benfica.

Samuel Barata deu os parabéns aos adversários, agradeceu o apoio do seu treinador, António Sousa, bem como o da família, namorada e amigos, e a “todos os portugueses que estiveram aqui a apoiar-me”. Barata ficou a 6 minutos e 57 segundos do vencedor, o etíope Tamirat Tola (2h06’26”).

Em comunicado, a Câmara da Covilhã felicitou o atleta. “Parabéns Samuel Barata! A Covilhã está orgulhosa” frisou.