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Santa Bebiana festeja chegada do Inverno no Paul

Tradição regressa às ruas do Paul de 1 a 3 de dezembro, aliando a gastronomia, as danças às artes e aos costumes pastoris

A “maior e mais antiga festa de inverno” do concelho da Covilhã está de regresso, nos dias 1, 2 e 3 de Dezembro, à freguesia do Paul, que é palco, mais uma vez, da tradicional festa de Santa Bebiana.

Com organização da Casa do Povo do Paul, em colaboração com a Junta de Freguesia e Câmara Municipal, a Santa Bebiana pretende aliar não só as danças e a gastronomia às tradições mais rurais, como a pastorícia, num evento que, em 2024, assinalará 20 anos desde o seu reatamento.

Na sexta-feira, 1, pelas 21 horas, decorre o concerto Condança, com o grupo de música tradicional Akhorda, finalizando o dia com um baile.

No sábado, o dia mais forte do evento, em que ganham destaque a procissão chocalheira e o sermão bebiano, pelas 22 horas. “São os espaços programáticos, emblemáticos e autênticos deste arraial à moda antiga que acontece, como 17ª edição, no habitual Largo da Praça do Paul” explica a organização, que realça a participação, este ano, de dois artistas em residência, para prepararem “o mais esperado da festa.” Haverá danças

e jogos tradicionais, o pastoreio (visitas temáticas) e o maneio (oficinas manuais), um simpósio pastoril (residências artísticas de artes visuais e respectiva exposição) e a prova com galardão (concurso da melhor jeropiga).

No domingo, dia 3 de dezembro, pelas 14 horas, o Mercado Transumante convida a uma feira de trocas e produtos locais, e o Paul é ainda palco para o “Cova da Beira Converge”,

um espaço que pretende reflectir o futuro do território.

“A recepção da padroeira, a já conhecida chegada da Santa, que inaugura oficialmente o recinto e a folia, ainda está por revelar… sabemos que vai chegar, mas não sabemos quando, nem como” explica a organização, que adianta que o cariz tradicional de toda a animação de rua (música, teatro, dança, …) “invade as quelhas e passagens desta freguesia, onde à mesa se petisca, nos largos se dança, ao fogo se bebe e em companhia se celebra.”

Mercadores, artesãos, tocadores, bailadores, teatreiros, foliões, pregadores, sonhadores, pensadores “são chamados à segunda aldeia mais portuguesa, para brindarmos juntos ao frio, à jeropiga, à transumância e à amizade.”

No domingo realce ainda para uma Chanfana Comunitária, pelas 12 horas, que oferece uma refeição tipicamente beirã a quem se deslocar ao Paul, onde durante os três dias circulará “de fio a pavio”, uma carroção com instalação sonora, “chamando à razão do tempo os possíveis distraídos.”

A Santa Bebiana é uma festa pagã, secular, que nem sempre foi bem vista pela igreja católica, por ser muitas vezes associada à “festa dos bêbados”, uma ideia que tem sido desmistificada ao longo dos anos, como explicara no ano passado ao NC Leonor Narciso, da Casa do Povo do Paul. “Não tem nada a ver com a imagem que se criou. Tem toda uma adoração a Baco, e ao vinho, e à sua prova, mas tem na sua origem o convívio salutar entre pastores e ganhões, que eram as pessoas mais abastadas e que tinham vinho. Não há registos escritos sobre a sua origem, mas há testemunhos. É um património muito rico e imaterial, porque está vivo, está na memória das pessoas” explicava. Segundo a responsável, por esta altura do ano, antigamente, abriam-se os pipos e os pastores desciam a serra, movimentavam-se e iam de loja em loja para provar o vinho. “Quase formavam uma procissão, confraternizando entre si” lembrava.

Uma festa que atrai, todos os anos, milhares de pessoas ao Paul, e que regressou em 2022, depois de dois anos de interregno (2020 e 2021) devido à pandemia.

 

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