Nuno Ezequiel Pais

(Conselheiro Nacional do PSD)

António Costa esteve sempre obcecado a tentar provar que o PS conseguia governar sem ir de novo para uma bancarrota (eterna sina socialista, que Passos chamou de “o diabo”). Tão obcecado esteve nesse propósito que se esqueceu de governar. Investir nos serviços

públicos.

Até na troika, PSD e CDS investiram sempre nos serviços públicos, para o país funcionar.

O PS não o fez. Foi totalmente troikista. Por isso nunca resolveu os problemas dos professores, forças de segurança, funcionários judiciais, enfermeiros.

Por isso votou sempre contra as propostas sobre portagens no interior.

Na semana passada, o PS mudou de posição no Parlamento. Lançou um projeto de Lei que “elimina as taxas de portagens nos lanços e sublanços das autoestradas do Interior (antigas SCUTS) ou onde não existam vias alternativas que permitam um uso em qualidade e segurança”. O PS diz que mudou de posição nestas legislativas. Certo: só os burros não mudam.

Porém, o discurso do PS mudou, mas a dissimulação do PS continua forte!

Este é o partido que teve maioria absoluta e nunca deu mostras de querer eliminar as

portagens. Este é o partido que teve maioria relativa numa altura em que outros partidos -nomeadamente o PSD – propuseram a redução gradual do valor, e que votou sempre contra. Eu próprio sempre critiquei essa posição do PS! E eles dizem agora que querem agora eliminar as portagens?

Não! Esta é a dissimulação do Partido Socialista. Se o governo socialista não tivesse caído, nunca o PS teria eliminado as portagens do Interior: até a antiga ministra das Infraestruturas o dizia. E se em março o PS tivesse ganho, nunca hoje teria apresentado a atual proposta.

Não porque o PS não goste do Interior. Mas apenas porque o PS quer continuar a poder

dizer que “o PS das bancarrotas já lá vai”! É por isso que o PS aprova o fim das portagens quando é outro a governar. Tenho a certeza que se o PS voltar ao Governo, voltará atrás nesta eliminação das portagens do Interior!