A Covilhã lidera o consórcio Rede de Cidades Criativas da UNESCO Centro de Portugal, que integra as restantes seis localidade na região com esse selo: Idanha-a-Nova (música), Castelo Branco (artesanato e artes populares), Leiria (música), Caldas da Rainha (artesanato e artes populares) e Óbidos (literatura), com o objetivo de colaborarem e realizarem ações tanto transversais aos diferentes territórios, como locais.
A candidatura foi apresentada pelo Centro Urbano Regional da Covilhã, cidade criativa na área do design, com vista a desenvolver uma “estratégia de turismo estruturado e criativo”, adiantou, na cerimónia de apresentação, dia 10, no Salão Nobre do município, o presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, segundo o qual vão ser executados, até setembro de 2026, projetos no valor de 1,4 milhões de euros.
O autarca lembrou que é na região centro que se localizam seis das nove cidades criativas da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e mencionou a intenção de, através desta rede de “parceria a colaboração”, potenciar um turismo diferenciador, apostar numa estratégia de turismo criativo e realçou que o projeto é a base para “uma abordagem única e inovadora para a região”, que tenha “impactos de competitividade e desenvolvimento” e de notoriedade para a captação de visitantes.
A verba disponível resulta de uma candidatura à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), com uma comparticipação de 85% do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, a ser distribuída “de forma equilibrada” pelos elementos do consórcio.
A vice-presidente do Turismo Centro de Portugal, Anabela Freitas, antecipa uma “taxa de execução elevadíssima já no final de 2025”, que leva a pensar em “reprogramar a candidatura” à CCDR, para que não se pare no caminho por falta de verbas.
Para fomentar a desejada oferta qualificada do turismo criativo estão previstas ações transversais, de dinamização, projeção e capacitação da rede a nível internacional, ações que resultam da articulação entre municípios e ações piloto, desenvolvidas a nível local.
Entre as atividades estão planeadas residências criativas, exposições itinerantes, sinalização de itinerários turísticos, oficinas, roteiros temáticos ou visitas guiadas, entre outras medidas.
“O turismo só é bom se ajudar a desenvolver os territórios e as comunidades”, salientou a responsável do Turismo do Centro, que defendeu a criação de estratégias de inovação, “mantendo sempre autenticidade e práticas de sustentabilidade”.
O presidente da Câmara da Covilhã acrescentou que as ações previstas “visam reforçar as dinâmicas de trabalho em rede, que se vão traduzir na ampliação de ecossistemas criativos de produção baseados na inovação, na cultura e na sustentabilidade, com impacto em termos de desenvolvimento territorial e temático dos territórios”.
“Estamos a unir seis cidades criativas da UNESCO da região Centro. Vamos cooperar ainda mais, trabalhar em conjunto de forma colaborativa e empenhada, potenciando cada uma das cidades a sua individualidade e nas suas particularidades, afirmando os valores comuns como um todo”, reforçou Vítor Pereira.
O representante da CCDRC, Luís Filipe, informou que a candidatura submetida pelas cidades criativas da UNESCO do centro foi a que teve a melhor nota, considerou que o projeto “tem a marca da coesão”, que é “um projeto distintivo”, com valor, e sublinhou que “as cidades UNESCO são um ativo regional”.
Na Covilhã, o design será o fio condutor das ações e vão ser procuradas “pontes com o mundo têxtil”.