Depois de, no ano passado, a Câmara de Belmonte ter denunciado o protocolo de colaboração com a Junta de Freguesia de Caria para a gestão das piscinas municipais na vila, assumindo ela mesma esse trabalho, este ano as mesmas, que reabriram no passado sábado, 28, continuam a ter gestão camarária, algo que foi lamentado pelo presidente de junta cariense, Silvério Quelhas.
Na passada sexta-feira, 27, durante a assembleia municipal, Quelhas, com ironia, deu os parabéns à Câmara por esta ter “voltado a ficar com as piscinas”, privando a Junta de uma possível receita com a exploração da zona balnear. O autarca desejou que “tudo corra bem, melhor que o ano passado”, garantiu que a Junta, com menos recursos, “fazia bem melhor” e disse que apenas motivações políticas, por parte do presidente da Câmara estiveram na génese da decisão. Silvério Quelhas pediu ainda ao município que regularize o montante em dívida à Junta pelo pagamento da conta de eletricidade do ano passado, em cerca de 800 euros.
O deputado do PSD, António Cardoso Marques, recordou o “triste espetáculo do ano passado”, com acusações recíprocas entre Junta e Câmara e perguntou qual o argumento para não ser a freguesia a gerir o espaço, acusando a autarquia de retaliação em relação à Junta.
O vice-presidente da Câmara, Paulo Boralhinho, lembrou que desde que o protocolo foi denunciado não foi reativado. “Não se fez outro, mantém-se a Câmara” disse. E recordou que desde o célebre episódio da colocação de uma placa (nunca assumida por ninguém), acusando a Câmara de ser responsável pelo atraso na abertura da zona balnear por falta de obras, o presidente da autarquia, Dias Rocha, disse que “enquanto for ele o presidente não fará mais nenhum protocolo”. Quanto às contas da luz, “serão pagas”, garantiu.