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Sindicatos exigem aumento dos salários para fazer face ao custo de vida

É “urgente e necessário” o aumento geral dos salários em 90 euros, para fazer face ao aumento do custo de vida, permitir aos trabalhadores terem uma retribuição “digna” e contribuir para que quem ganha acima do salário mínimo não receba um valor cada vez mais próximo desse limiar.

Esta foi uma das reivindicações feitas na Tribuna Pública promovida pela União dos Sindicatos de Castelo Branco (USCB) na tarde da última sexta-feira, 8, no Pelourinho, Covilhã.

O coordenador da USCB, Sérgio Santos, eleito no mesmo dia para um mandato de quatro anos, alertou para “a degradação do poder de compra, empobrecendo os trabalhadores, ao mesmo tempo que os grupos económicos promovem a especulação e se preparam para concentrar lucros e dividendos cada vez maiores”, dando como exemplo os combustíveis, comprados a um valor mais baixo há três meses e vendidos pelas empresas petrolíferas a preços “muito mais elevados”.

“O crescente desfasamento entre a evolução dos rendimentos, particularmente nos salários e nas pensões, e o aumento do custo de vida, reflecte-se também no aumento da pobreza e exclusão social no nosso país”, salientou Sérgio Santos, no microfone que foi sendo utilizado por vários participantes na iniciativa da CGTP.

Segundo Aurélio Madeira, do Sindicato dos Têxteis da Beira Baixa e da Inter-Reformados, “continua-se a empobrecer a trabalhar”, salientando a escassa oferta de transportes públicos e os valores praticados e defendendo o aumento dos salários para todos os trabalhadores, assim como das pensões e reformas, “para fazer face ao aumento geral dos produtos”.

Cristina Hipólito, do Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública, lamentou que “a actualização do Salário Mínimo Nacional (SMN) não tem sido acompanhada pela actualização dos outros salários”, e acrescentou que “qualquer dia, somos um país de salário mínimo”.

A sindicalista disse existirem profissionais com décadas de carreira a auferir o mesmo que quem está a iniciar funções e censurou que “as competências adquiridas não sejam valorizadas e dignamente pagas”. Cristina Hipólito vincou que, além do custo de vida, no Interior é ainda necessário suportar o custo das portagens nas auto-estradas.

“Foi aumentado o SMN, mas não chegámos a ver esse aumento, porque, desde Janeiro para cá, já tudo aumentou”, enfatizou Sílvia Ribeiro, do Sindicato da Hotelaria.

Liliana Fernandes, do Sindicato Têxtil, destacou os baixos salários que caracterizam o sector, disse que se “empobrece a trabalhar” e alertou para o fosso entre ricos e pobres e para a má distribuição dos recursos, que não permite inverter esse cenário.

Pelo Sindicato das indústrias Transformadoras, Gabriela Gonçalves salientou que os dados disponíveis indicam que, no espaço de um ano, a pobreza afectou mias 230 mil pessoas e a população pobre ou em exclusão social ultrapassa os 2,3 milhões no final de 2020.

Gabriela Gonçalves apelou para a “urgente revogação das normas gravosas de legislação laboral”, defendeu o combate à precariedade, a valorização das carreiras e profissões e chamou a atenção para a desregulação de horários.

Sérgio Santos pediu a “reposição do poder de compra” e “coragem para travar o oportunismo e o gansterismo económico e financeiro” a pretexto de uma guerra que condena, afirmou.

“É preciso pôr um ponto final na subsidiodependência dos que recebem os apoios do Estado e aumentam os preços ao consumidor final”, prejudicando “o povo”.

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