O que o leva, após 12 anos na Covilhã, a candidatar-se a Belmonte?
Porque fui recebendo vários apelos, convites e palavras de incentivo para que me candidatasse.
Tive várias pessoas que se preocupam com Belmonte, que querem o melhor para Belmonte e que procuram o desenvolvimento deste concelho, que me foram abordando no sentido de também eu dar um contributo mais concreto. No sentido de me sensibilizarem para a necessidade e para a mais-valia que a minha liderança poderia representar. Como já expliquei, tenho ligações muito fortes e profundas a este concelho. Tenho cá as minhas raízes familiares e tenho cá grandes amigos. É, sobretudo, uma ligação afetiva que, chegada a hora de tomar uma decisão, me impeliu a abraçar este desafio. Basicamente passar do plano afetivo para o plano efetivo. Ponderei muito, e conclui que não podia de forma alguma dizer ‘não’ a um concelho que me tem dado tanto de bom. Avaliei as condições, e sobretudo o projeto que quero implementar, e, depois disso, a decisão ficou clara e o entusiasmo de contribuir para levar Belmonte mais longe ganhou ainda mais força. Se há um projeto, se há um desafio e se há uma equipa, então não temos como recuar. Felizmente, consegui que todas essas condições estivessem reunidas.
O que pretende fazer?
Quero contribuir, quero acrescentar e quero renovar e estou profundamente motivado e empenhado para isso. Vou dar o meu melhor. Vou ter ao meu lado os melhores e isso é mais uma garantia de que este projeto tem todas as condições para afirmar Belmonte. Em poucas palavras, estamos aqui para que Belmonte seja mesmo Terra de Esperança.
Não teme ser visto como um “globetrotter” da política?
Não. O que está aqui em causa é dar o contributo a um concelho que também é meu. Na nossa vida nunca ficamos apenas num sítio. Normalmente crescemos num lugar, estudamos noutro e passamos por vários locais, à medida que vamos exercendo uma profissão. E isso não quer dizer que tenhamos de abandonar algum desses locais definitivamente ou que não possamos regressar a eles. No caso nem sequer será um regresso, porque eu mantive sempre a ligação a Belmonte. Será, isso sim, uma ação mais efetiva, uma intervenção mais direta.
Do que conhece, o que considera serem os maiores problemas do concelho?
Eu conheço efetivamente o concelho. Nunca cortei a ligação, nunca deixei de acompanhar e nunca deixei de estar presente. De resto, como presidente da Federação Distrital do PS cabe-me conhecer, pelo menos, um pouco da realidade de cada concelho, sendo que neste caso o conhecimento é mais profundo, pelas razões que já apontei. Não ignoro que um dos principais problemas se prende com o facto de estarmos no Interior e de termos de enfrentar a perda de população. Temos de mudar isso. Quero ajudar a estancar essa perda, procurando cativar mais empresas e investimentos que possam criar postos de trabalho e que, com isso, ajudem a fixar as pessoas, porque, não tenhamos dúvidas, as pessoas ficam onde têm emprego. O resto temos: segurança, natureza, património, cultura, temos uma identidade única, temos serviços, temos proximidade. Em resumo, temos a qualidade de vida que qualquer um quer usufruir. Só temos de ter mais oportunidades de emprego para que possamos ajudar a inverter esse declínio. Vou trabalhar muito ao nível da captação de investimento e da criação de postos de trabalho. Assim que for eleito, vou avançar com um programa estratégico de fixação e captação de investimento. Vamos rever o regulamento e vamos bater às portas das entidades certas. Vamos apresentar-nos. Mostrar as vantagens de ficar em Belmonte, que tem disponibilidade de lotes na zona industrial, que tem ligação à A23 e, por essa via, à A25. Que é servida pela Linha da Beira Baixa e que está a meio caminho de Aveiro, de Lisboa e da Península Ibérica.
Quais as prioridades que tem para o desenvolver?
A minha candidatura apresenta-se com um projeto global para todas as áreas e setores de intervenção municipal. Ora, para que possamos concretizar esses projetos, temos de estar fortes financeiramente. Já o fiz na Covilhã e aqui manterei esse desígnio de apostar na consolidação financeira das contas do Município, gerir com rigor e transparência. Comigo na Câmara, cada cêntimo terá de ser gerido com o máximo cuidado. Sou pelas contas certas. Fiz esse caminho no passado, com bons resultados, e em Belmonte não vai ser diferente, porque só com contas certas podemos ter disponibilidade para ir a fundos europeus. Só com contas certas, teremos a confiança dos fornecedores e investidores. Só com contas certas poderemos concretizar e ir mais longe. Depois temos projetos em cada uma das áreas de ação. No turismo vamos densificar esse projeto da Vila Museu. O Museu Judaico já foi renovado, mas é preciso avançar com a renovação do Museu dos Descobrimentos, do Ecomuseu do Zêzere, do Museu do Azeite, da Igreja de São Tiago, do espaço museológico do Castelo, da Casa da Torre, da Casa Etnográfica e Casa da Roda, em Caria e do lagar de Azeite de Maçaínhas. Isto para que possamos continuar a atrair turistas de todos os cantos do mundo e em particular os da comunidade judaica no exterior e os nossos irmãos brasileiros. Queremos que quem já cá esteve tenha novas razões para voltar e que quem ainda não nos visitou, fique definitivamente convencido em vir.
Depois temos os projetos da rede viária, nomeadamente a requalificação do troço que vai do nó da A23 até ao cruzamento da Grasil, da via entre Caria e Peraboa e da via entre Caria e o Monte do Bispo, para além de muitas outras. Outro compromisso prende-se com a beneficiação da Praia Fluvial, sem esquecer a educação ou o apoio aos idosos, às juntas e às associações. Esta é uma candidatura que quer congregar e, portanto, vai estar em diferentes frentes de ação e quando formos eleitos, estaremos para todos.
Se perder, assume o lugar de vereador?
Nem sequer coloco esse cenário. A minha equipa está a trabalhar para poder levar mais longe Belmonte e estamos em crer que vamos conseguir mostrar e demonstrar aos belmontenses que somos a opção certa para o concelho. A opção certa para Belmonte, para Caria, para Maçainhas, para o Colmeal da Torre, para as Inguias… De todo o modo devemos sempre respeitar a vontade do povo, assumindo as responsabilidades que ele nos atribuir. Quem não defende tal princípio revela, no mínimo, falta de cultura democrática.