Carlos Martins afirmou ter manifestado ao secretário-geral do PS a disponibilidade para fazer campanha pelo partido nas eleições legislativas de 18 de maio, mas realçou o descontentamento com o processo de escolha interno nas autárquicas e anunciou a sua candidatura à Câmara da Covilhã numa lista independente.
O presidente da União de Freguesias da Covilhã e Canhoso, de 63 anos, afirmou que continuará a ser socialista, que não é inimigo de ninguém e que o seu projeto vai beneficiar o concelho com “ideias e soluções”.
“Estou determinado e confiante. O PS que faça o que entender. Se entender que serei expulso, obviamente respeito a decisão, mas eu serei sempre socialista. Tenho as quotas pagas e não vou entregar o cartão. Se quiserem tirar-me o cartão, que sejam eles, porque eu não o vou entregar”, acentuou Carlos Martins, militante desde os 18 anos.
Na sexta-feira, 21, no Beco do Saco, junto à casa onde cresceu com sete irmãos, rodeado de familiares e amigos, e sob chuva intensa, o autarca informou que vai liderar a candidatura “Carlos Martins pelas pessoas”, composta por elementos “da sociedade civil” e adiantou que tudo fará para apresentar listas a todas as freguesias.
“Conheço bem a cidade e todas as freguesias, não apenas pelos cargos que desempenhei, mas porque sempre estive no terreno a ouvir, a agir e a resolver problemas das pessoas, principalmente dos mais carenciados”, frisou o ex-vice-presidente do município, entre 2013 e 2015, e vereador até 2017.
Carlos Martins salientou ser conhecedor do território e saber o que é necessário para o desenvolver, apontando algumas obras e projetos que considera necessários.
“Sei o que precisa mudar e estou pronto a fazer a diferença, pela positiva”, enfatizou o antigo assessor para o Desenvolvimento Regional no gabinete do então primeiro-ministro José Sócrates.
O rosto do movimento independente apelou aos cidadãos para que contribuam para a construção do seu programa eleitoral. “Apelo aos covilhanenses para enviarem ideias de desenvolvimento, para serem analisadas e integradas no nosso projeto eleitoral”, incitou.
Carlos Martins, que não respondeu se assume o lugar de vereador caso não ganhe, acentuou que se está a candidatar a presidente do município e manifestou-se confiante na vitória. “Estou determinado, confiante e crente que serei o próximo presidente da Câmara Municipal da Covilhã”, vincou.
Carlos Martins considerou que o seu nome devia ter sido incluído numa sondagem do partido para perceber a sensibilidade da população sobre quem seria o melhor candidato, afirmou que é e continuará a ser socialista e reforçou que não é sua intenção desfiliar-se.
O autarca, que venceu oito vezes as eleições para a freguesia, primeiro da Junta da Conceição, depois da União de Freguesias da Covilhã e Canhoso, assegurou que não quer “uma campanha suja” e garantiu que vai dar “mais do que o litro”.
Entre outros aspetos, Carlos Martins defendeu que o município tem de ter “uma relação de proximidade e permanente” com a Universidade da Beira Interior e a Unidade Local de Saúde e preconizou que, à semelhança do que fez no passado o Grupo de Trabalho da Cova da Beira, “é preciso planear o que se pretende para a Covilhã nos próximos 25 anos”.
Até ao momento são também conhecidas as candidaturas do independente Jorge Simões, pelo PSD, de Jorge Fael, pela CDU, e de Hélio Fazendeiro, pelo PS.